quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Minha alma


Minha alma é passivel de várias interpretações, desde as metafísicas e espiritualistas até as mais racionalistas possíveis, mas prefiro me limitar a entendê-la e senti-la através de uma relação silenciosa, que extrapola barreirasimpostas pela redoma do conhecimento e que transcende a limitação dos cinco sentidos. Prefiro, assim, sintonizar-me com ela num nível sutil e inconsciente, onde preceitos e conceitos acabam não tendo importância.


Ela é antiga, tão antiga que a cronologia humana não conseguiria datá-la, mesmo que por aproximação. Sua idade perde-se nos tempos em que humanos e deuses(as) se relacionavam tão naturalmente que não havia a necessidade de maiores definições e divisões hierárquicas, pois tudo se encaixava em seu devido lugar e tinha sua razão exata de ser... Ela é conhecedora de antigos mistérios da história humana, que repousam em estado latente em meu inconsciente.


Tingiu-se de negro ao conhecer a Escuridão e por Ela ser seduzido através de Sua energia, seu encanto maldito e seus encantos inomináveis que tateavam a Terra em busca de sua própria sombra. E dentre esse caos, fez-se a Luz, e minha alma também se mesclou a Ela, encontrando uma nova forma de ser e estar mais sutil e transparente, mais assumida frente a sí mesma e menos rebuscada em sua definição, tudo muito repentino e brusco! Lenta e gradativamente, foi assumindo esse dualismo e se permitindo permear essas duas esferas de energia antagônicas e, ao mesmo tempo, osmóticas - LUZ e TREVAS que, nessa interpolação, permitiram acessar o Bem e o Male, como não poderia deixar de ser, as suas legiões de anjos e demônios.


Minha alma não possue nome próprio, porque esse nome estaria acima da compreensão de todo e qualquer alfabeto criado pela razão. Seu sexo é indefinido, destituido de toda e qualquer intenção da própria definição em sí; certamente, já conheceu o fogo de intensas e delirantes paixões, criadas à guisa da loucura libidinosa da carne - masculino ou feminino (o que importa!?), cada porção sexuada teve em seus momentos de lascívia a prova absoluta do calos das paixões...


Ela é melancólica, e essa melancolia justifica sua natureza solitária e o prazer na solidão; consegue criar um estado de euforia interior que lhe permite, ao mesmo tempo, rejubilar-se consigo mesma e gozar um gozo sem igual, macerado, concentrado, passível de gerar uma doença sorrateira e subliminar terrível que, infelizmente, assola grande parte das outras almas, a 'inveja'.


Ao mesmo tempo, minha alma consegue identificar-se com outras que, de forma expontânea, acabam por se manter em consonância com a minha - e é nesse momento único, onde a magia se traduz em atos que, como neste exato momento, acabam edificando um altar que permite justificar uma verdadeira amizade em palavras silenciosas... de minha alma.




Osmar






domingo, 23 de agosto de 2009

Domingão!!!




Pode parecer estranho, porém, confesso que estou longe de meu blog há bons dias. Mas não é culpa minha, juro! Não sei explicar, mas é um pouco de um tudo, menos algumas coisas que me são queridas!


De um tempo para cá, ando enfastiado com quase tudo que me cerca - talvez, uma espécie de "má digestão" para com aquilo que querem me fazer engolir contra minha vontade!


Sei lá, detesto esses papos de otimismo em gotas e auto-ajuda , não acredito nisso, juro, por isso fico à mercê de minha própria força de vontade em tentar tocar o barco à frente da vida...


Sempre curtí ir ao centro da cidade - atualmente, vou uma vez por semana - e isso sempre me fez bem, sabe, amo São Paulo. mas de um tempo para cá, percebo que retorno em casa como que "pesado", pedindo por um banho de sal grosso...


Miasmas e/ou energias negativas que acabo pegando, como boa "antena" que sou? Pode ser, mas sempre fui essa tal antena, só que hoje, percebo (e tristemente) que esse peso sobrevem de uma aversão que estou pegando por lugares movimentados... quanto maior o movimento, maior minha aversão. E por quê? Ora, ora, o que sei é que a cada dia que passa percebo uma grande parte das pessoas cada vez mais deseducadas, intransigentes, egoístas, de cara amarrada e chego à triste conclusão que isso é reflexo desse sitemão no qual estou(amos) inserido(s). Educação, espírito de coletividade, cidadania e outros termos estão cada vez mais jogados na sarjeta da vida! Percebo, também, que grande parte das pessoas fazem ou trabalham em coisas que, no fundo, detestam, e isso acaba comprometendo o inconsciente coletivo! Sinto a sensação de como se estivesse em meio a uma manada e, de repente, alguém desse um tiro para o ar e... POW!!! Uma desandada geral, cada um para um lado, sem direção, sem rumo, sem perspectivas...


Ééé... perspectivas, isso é o que está faltando para a grande massa e cada um sente isso ao seu modo. Bom para as pessoas insensíveis ou, então, não afeitas a pensar nas coisas e fenômenos que acontecem ao seu redor, pois acabam sofrendo menos ou, quem sabe, nada - uma massificação completa!


Por isso que estou sem assunto! Isso e outras coisas que não valem a pena mencionar. Gostaria, realmente, de continuar tendo a sensação otimista que inundava meu coração na fase de meus vinte e poucos anos de idade, sabe, uma (falsa) sensação de que tudo que estava acontecendo justificava o fato de sermos o país do futuro... sim, do futuro! Só que hoje estou com quase cincoenta e quatro e, triste e desiludido, percebo a "salada" em que o país mergulhou.


Tem um pessoal por aí, conservador e ainda de direita, que fica culpando esse ou aquele candidato, nosso atual presidente, o PT (que muito me decepcionou!) e mais uma porcariada de outras pessoas que estão emporcalhando nosso cenário político-social - Sarney e seus comparsas que o diga! Mas tenho uma certeza de que o buraco é mais em baixo... Lula tem seu rabo preso com um segmento nada interessante? Que coisa, mas me digam quem não teve ou não tem, quem!?


As pessoas esquecem de nosso processo histórico - mais de quinhentos anos de história mal conformada, aff! E me perguntem se eu gostaria de ser o presidente deste país ou, quem sabe, o prefeito desta cidade que é a terceira maior cidade do mundo e que muito amo - minha São Paulo - perguntem! Minha resposta seria um sonoro "NÃO", como sempre digo, pois de que adiantaria a melhor de minhas vontades em mudar todo um sistema que já está sériamente comprometido, tal qual um verdadeiro "viveiro de cobras criadas" - eu, hein!?


Domingão... dia de Faustão (obrigado, estou de regime!) e outras cositas que divertem essa grande massa. Acho que vou parar por aqui com uma frase que escutei um dia desses mas que não pára de martelar minha cabeça... é de Lima Barreto, um dos grandes escritores brasileiros:


"O BRASIL NÃO TEM POVO, TEM PÚBLICO."
E espero voltar a escrever mais e mais, até breve.


Fui!!!


Osmar