segunda-feira, 7 de maio de 2012

Quem tem medo da Morte?





Dias atrás, estava filosofando com minha esposa até altas horas da madrugada, como sempre. E entre caretas e exclamações, acabamos fechando um papo que me deixou mais pensativo ainda sobre a vida... 
Note bem, este meu estado pensativo pode ser chamado, também, de "botão vermelho", pois abre caminho - e rapidamente - para um outro estado de estar que me é peculiar, podendo ser até confundido com tristeza, melancolia, depressão, negativismo, enfim, uma verdadeira salada mista da personalidade.
Tem uma porrada de gente por ai que vive seu cotidiano de um jeito que até chega a dar inveja - pra esse tipo de pessoa, a vida é linda, tudo é belo, o ser humano é a essência da criação divina, o mundo caminha sempre para melhor, sim, e por ai afora... Ótimo!
Olhando a vida lá trás e tentando olhá-la bem lá na frente, percebi que viver neste mundo é por demais difícil e pesado, por vezes insustentável - muito embora a minha balança pessoal consiga pesar mais para o lado das coisas boas do que o contrário, graças ao cosmo.
Nascemos e crescemos num mundo onde nos são jogados falsos valores, um tititi de histórias com finais belos e felizes para, depois, em plena adolescência, sermos jogados meio que na porrada à porta do estranho mundo dos adultos, ou seja, de repente, sem mais nem menos, somos impelidos a adentrar um mundo bastante diferente daquele que sonhávamos (ao menos, quem já sonhou...).
De repente, um tempinho a mais, já somos cidadãos adultos e numerados pelo sistema que nunca mais vai esquecer de nós.
E como dizia, nascemos, crescemos e vivemos num mundo que em momento algum esconde que nossa única certeza na vida é a morte... alguém já parou pra pensar no peso que isso significa para a existência dos indivíduos? Não é pra qualquer um, não! Passar toda uma vida e concluir que na hora exata da transição de nosso mundo físico para o mundo espiritual (entenda, sou espiritualista, certo!?) nada daquilo que sonhamos, almejamos, lutamos por conseguir irá conosco... nada, a não ser o aprendizado!
E não é à toa que as pessoas acabam andando em círculos, procurando por caminhos que, ironicamente, acabam não convencendo, vão e voltam, sobem e descem, chutam o pau do barraco, consomem - consomem muito!!! - e nunca estão satisfeitas consigo mesmas e/ou com a vida que levam, nunca! 
E essa insatisfação (tristeza, melancolia, depressão, porraloquice...) acontece e se acentua exatamente naqueles momentos onde, em meio a todas essas andanças e corre-corres que a vida proporciona (ou seria uma tentativa de camuflar o insondável?), cai a ficha de que o caminho não tem volta, um verdadeiro ponto de interrogação constante ou, conforme escreveu Charles Bukowsky, um escritor que adoro e admiro, viver não é fácil e a certeza da morte é mera matemática, pois todos nós, cedo ou tarde, iremos morrer... o grande problema é a 'espera'.
Reclamar da vida leva a nada, realmente, mas ter os pés no chão e a cabeça voltada para questionamentos é muito importante. Eu penso que a maior parte das pessoas são intencionalmente levadas a se preocuparem apenas com futilidades, depositando suas esperanças nas mãos de um criador que nada tem a ver com isso tudo, seja de bom ou de ruim, e tenho certeza de que isso é uma trama planejada, pensada e, confesso, acabo tendo medo disso tudo que me cerca e fujo ou, ao menos, tento fugir.
Juro que tenho medo disso tudo que cresce ao meu redor, um monstro amorfo que se desenvolve de forma assustadora na proporção direta em que a mediocridade está crescendo neste mundo de Deus...
Por isso e por outras coisas mais, deixei de me achar diferente em meio a esse mar de alegria e felicidades que inunda as pessoas, pois sei que praticamente tudo é fachada, máscaras sobre máscaras que cedo ou tarde hão de cair. Como sempre digo, 'a vida é extremamente simples, o Criador assim o quis, mas, infelizmente, não deu certo; as pessoas, as sociedades dito organizadas é que a tornaram (mais) penosa, só isso!  





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