sábado, 27 de abril de 2013



MEU BRASIL BRASILEIRO

É interessante (interessante!?) como nossa imprensa, apoiada pela mídia formadora de opinião, trata determinados assuntos pertinentes ao Brasil - a gente assiste alguns desses programas medíocres que apresentam de tudo um pouco e que na verdade pretendem apenas passar para a imensa massa manipulada que TUDO neste país está dando certo e acontecendo às mil maravilhas -TUDO! - como se a "síndrome da panela de pressão" não estivesse aí, escancarada e ceifando vidas inocentes através de mãos de pessoas que nada mais são do que o mísero e doentio suprassumo que este nosso sistema social está alimentando e permitindo proliferar a uma velocidade assustadora e avassaladora!
Se o nosso desenvolvimento social acontecesse na razão direta dessa velocidade que acabei de citar, ao menos alguma coisa importante estaria acontecendo por aqui - alguma coisa ao menos!
Porém, infelizmente, nosso processo histórico vem demonstrando exatamente o contrário daquilo que essas débeis apologias, forjadas por mentes sórdidas, pretendem nos mostrar, controlando, como sempre, a tudo e a todos.
Paralelamente a isso, existe o legado em nosso país de uma "onda" de religiosos enfronhados nos meios políticos - os mesmos que ousam afirmar que Deus é o único caminho para interferir e/ou mudar essa série de hecatombes sociais que nos cercam - mas que se esquecem de reconhecer e pôr em prática um preceito importantíssimo, ou seja, que esse mesmo deus, falado e propalado com tamanha grandiloquência, não deixou caminhos (caminhos esses criados pelo próprio ser humano) e que, também, esse mesmo deus brilha e vibra em intensidades diferentes, variando de pessoa para pessoa, porque cada um de nós está regido pelo seu próprio grau de evolução - mas isso, certamente, dá margem a outras tantas e infrutíferas discussões que nada tem a ver com este meu desabafo!  
Vergonha alheia é o mínimo que me permito (e tenho o direito de) sentir - o mínimo que justifique meu caráter! E falo isso como brasileiro, filho desta minha pátria mãe tão gentil...   

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Só prá deixar registrado...

A sociedade organizada é uma coisa extremamente estranha e incoerente; seus tentáculos pró-forma acabam incorrendo num erro - por vezes imperdoável! É a tal história do "a primeira vez...", coisas que a gente escuta, sente, pensa e repensa, mas acabamos norteados para o estigma dessa tal primeira vez!



A pessoa, um cidadão qualquer, passa práticamente toda sua vida agindo, interagindo, comportando-se, muitas vezes mutilando-se, dentro de padrões que a própria sociedade considera como "normais". Em determinado momento, por motivos dos mais diversos e nomináveis possíveis, ela acaba transgredindo normas... - Ohhhh, meu Deus, o que foi que ela fez!? Como assim!? Juro que eu nunca imaginaria ela fazendo isso! - e por aí vão os vários tipos de comentários - por vezes, desumanos - de nós, humanos!



Isso é algo que tem me incomodado muito, conseguindo alterar em demasia meu estado de espírito e humor, principalmente quando começo a pensar no tipo de sociedade em que vivo e, pior, sou obrigado a conviver...



Coisas assim - os malditos estereótipos - comprovam, e muito, que as pessoas não são dadas a perdoar de coração, a virar os olhos e a bloquear a mente a fatos negativos do passado de alguém; infelizmente, esse alguém estará fadado a carregar esse fardo para o resto de sua vida, independentemente do grau de culpa que tenha atingido para com determinado gênero de erro! As pessoas adoram 'marcar' as outras como um gado marcado a ferro e fogo; adoram agrupar-se com as que julgam do mesmo naipe e comentar sobre os erros dos outros, esquecendo-se que também são suscetíveis a errar... Parece até que são possuídas por uma onda de sadismo - Ahhh, como é doce cutucar o outro com vara longa; como é deliciosa a vingança através das palavras...!



E por aí vai... Desde pequenos fatos corriqueiros no dia-a-dia até casos horríveis e complicados, como isso mexe com a língua ferina das pessoas! E aí vem os falso-moralistas com o papo de sempre. - antigamente, sim, antigamente não acontecia tudo o que a gente vê acontecendo por aí, uma sem-vergonhice, cadê o respeito!? E essas pessoas, que pelo jeito são do tipo que cresce, envelhece e morre se masturbando às escondidas no banheiro com o amparo de revistas pornográficas baratas, essas pessoas não levam em consideração que a população do planeta tem crescido assustadoramente - tanto o bem como o mal reinam em proporções maiores e tendem a aumentar naturalmente...



Aí, de repente, acabam condenando a personalidade e o caráter de um certo alguém qualquer pelo simples deslize que, numa fração de tempo, acaba desmantelando toda uma vida, todo um castelo. E às vezes o que se considerou um erro acabou sendo uma mera e falsa interpretação, pior ainda. Aí, sim, dá vontade de desconsiderar tudo o que se tem guardado por dentro e mandar o mundo às favas - já que é assim, agora vou fazer de própósito - o mundo que se dane!!! Essa é a vontade que eu sentiria frente a um despropósito assim... E não tenho vergonha de dizer isso! Trata-se de transparência, só isso! E minha intenção em deixar clara e aberta minha aversão e ojeriza para com essas coisas que fazem parte do cotidiano de nossa sociedade organizada... Baahhh, que nojo!!! Fui...







Osmar

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Quem tem medo da Morte?





Dias atrás, estava filosofando com minha esposa até altas horas da madrugada, como sempre. E entre caretas e exclamações, acabamos fechando um papo que me deixou mais pensativo ainda sobre a vida... 
Note bem, este meu estado pensativo pode ser chamado, também, de "botão vermelho", pois abre caminho - e rapidamente - para um outro estado de estar que me é peculiar, podendo ser até confundido com tristeza, melancolia, depressão, negativismo, enfim, uma verdadeira salada mista da personalidade.
Tem uma porrada de gente por ai que vive seu cotidiano de um jeito que até chega a dar inveja - pra esse tipo de pessoa, a vida é linda, tudo é belo, o ser humano é a essência da criação divina, o mundo caminha sempre para melhor, sim, e por ai afora... Ótimo!
Olhando a vida lá trás e tentando olhá-la bem lá na frente, percebi que viver neste mundo é por demais difícil e pesado, por vezes insustentável - muito embora a minha balança pessoal consiga pesar mais para o lado das coisas boas do que o contrário, graças ao cosmo.
Nascemos e crescemos num mundo onde nos são jogados falsos valores, um tititi de histórias com finais belos e felizes para, depois, em plena adolescência, sermos jogados meio que na porrada à porta do estranho mundo dos adultos, ou seja, de repente, sem mais nem menos, somos impelidos a adentrar um mundo bastante diferente daquele que sonhávamos (ao menos, quem já sonhou...).
De repente, um tempinho a mais, já somos cidadãos adultos e numerados pelo sistema que nunca mais vai esquecer de nós.
E como dizia, nascemos, crescemos e vivemos num mundo que em momento algum esconde que nossa única certeza na vida é a morte... alguém já parou pra pensar no peso que isso significa para a existência dos indivíduos? Não é pra qualquer um, não! Passar toda uma vida e concluir que na hora exata da transição de nosso mundo físico para o mundo espiritual (entenda, sou espiritualista, certo!?) nada daquilo que sonhamos, almejamos, lutamos por conseguir irá conosco... nada, a não ser o aprendizado!
E não é à toa que as pessoas acabam andando em círculos, procurando por caminhos que, ironicamente, acabam não convencendo, vão e voltam, sobem e descem, chutam o pau do barraco, consomem - consomem muito!!! - e nunca estão satisfeitas consigo mesmas e/ou com a vida que levam, nunca! 
E essa insatisfação (tristeza, melancolia, depressão, porraloquice...) acontece e se acentua exatamente naqueles momentos onde, em meio a todas essas andanças e corre-corres que a vida proporciona (ou seria uma tentativa de camuflar o insondável?), cai a ficha de que o caminho não tem volta, um verdadeiro ponto de interrogação constante ou, conforme escreveu Charles Bukowsky, um escritor que adoro e admiro, viver não é fácil e a certeza da morte é mera matemática, pois todos nós, cedo ou tarde, iremos morrer... o grande problema é a 'espera'.
Reclamar da vida leva a nada, realmente, mas ter os pés no chão e a cabeça voltada para questionamentos é muito importante. Eu penso que a maior parte das pessoas são intencionalmente levadas a se preocuparem apenas com futilidades, depositando suas esperanças nas mãos de um criador que nada tem a ver com isso tudo, seja de bom ou de ruim, e tenho certeza de que isso é uma trama planejada, pensada e, confesso, acabo tendo medo disso tudo que me cerca e fujo ou, ao menos, tento fugir.
Juro que tenho medo disso tudo que cresce ao meu redor, um monstro amorfo que se desenvolve de forma assustadora na proporção direta em que a mediocridade está crescendo neste mundo de Deus...
Por isso e por outras coisas mais, deixei de me achar diferente em meio a esse mar de alegria e felicidades que inunda as pessoas, pois sei que praticamente tudo é fachada, máscaras sobre máscaras que cedo ou tarde hão de cair. Como sempre digo, 'a vida é extremamente simples, o Criador assim o quis, mas, infelizmente, não deu certo; as pessoas, as sociedades dito organizadas é que a tornaram (mais) penosa, só isso!  





  • r

      

domingo, 1 de janeiro de 2012

Feliz 2012.




Bom dia (ou boa tarde, tanto faz, ainda é claro...), conseguiu acordar? Dor no corpo? Cabeça pesadaça? Hmmm, isso é sinal de ressaca! Mas ainda é domingo, e domingo pede o quê!? Cachimbo, lógico! Mas, não tem cachimbo, não! Então, que tal uns dois "engov" ou um cházinho básico de boldo? Ahhh, losna é melhor, né!? O tiro é mais certeiro! Sem apetite? Não consegue pensar em comida? É... amanhã é segundona cheia, né!? Não está de férias? Então, ferrou! Relaxe e goze (ou, ao menos, tente gozar)... banhão frio, roupa doméstica, isso mesmo, permita-se, vai ficar bem melhor... Pois é, amanhã é segundona, né!? O cheque especial vai estourar? Ligue, não, o gerente do banco sempre dá um jeitinho, ele é bonzinho, afinal, feliz 2012, não é mesmo!? Eita, tem mais ainda, tem o IPTU, o IPVA, o DPVAT, o cartão de crédito, a matrícula e o material da(s) criança(s) - quem manda não colocar o(s) filho(s) em escolas públicas, hein!? Quem mandou!? Ligue, não, volto a dizer, práticamente o mundo todo está assim, desse jeitinho, não é só você, não! (suspiro) Se não der pra pagar tudo isso à vista, o negócio é parcelar, e não esqueça nunca, o gerente do banco é bonzinho, vai até te oferecer um cafézinho por conta do banco. Por isso, amanhã, não esqueça de ligar pra ele e desejar um 2012 du kct! É, do cacete mesmo, assim a coisa engrossa de vez, vai ficar tudo mais comprimido e ajeitado... Ah, desculpe, é a dor de cabeça, né!? Tome uma "dipirona", vai ajudar ainda mais... isso, pronto, com água e pronto! Curta o dia, ainda é domingão, dá pra assistir o Faustão na televisão, tudo rimandão! É, ele, como uma porrada de gente, também é um cara muito legal, vai te desejar um baita 2012 daquele, vai ver só - e você vai se achar importante! "Porra, meu, o Faustão me cumprimentou pela TV, que coisa!" E depois tem o "restaux d'onthé" básico, de leve, só na base da coca ou, melhor, com uma toniquinha. Viu só, o muindo não é de tudo ruim, não! Dá-se um jeitinho pra tudo, concorda? Isso mesmo, em tudo se dá um "jeitinho", tudo... menos na morte, isso não tem jeito mesmo! Depois!? Ah, depois é ir pro quarto de mansinho, com cara de desavisado e... relaxar... esperar o soninho chegar e... PIMBA!... despertador gralhando nos ouvidos às seis da matina e... pronto!... FELIZ 2012! E não esqueça de que "hoje, é um novo dia, de um novo tempo que começou neste nosso dia, e as alegrias..." (continue cantando) e... pronto! Com essa musiquinha de ninar na cabeça, ele (o soninho) vai chegar manso, mansinho e... grrooonnnnccccc!!!!!!

FELIZ ANO NOVO PRA TODOS, AFINAL, A GENTE MERECE!!!!!!!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

"N" ou "F"?



Legal, com saúde não se brinca mesmo, só que sempre fui relaxado comigo, sempre, como se quisesse provar para mim mesmo uma pretensa e falsa imortalidade - só que de anos para cá, venho caindo na real, como se minha alma pretendesse mostrar exatamente o contrário ao meu corpo!

Ir a um médico, para mim, é uma espécie de tormento, pois acredito numa lei que me diz (e garante) que quem procura, acha! E como pertenço ao seleto clube dos humanos, também não me considero perfeito. Por este e por outros motivos, quando o "bicho pega" procuro por um profissional juramentado - e não precisa estar de branco, não, pois não sou preconceituoso!

Este preâmbulo serve apenas para provar a mim mesmo que a medida do ser humano é o próprio erro - de onde se depreende que é errando que se aprende, certo? E a vida tem me provado que é prudente confrontar diagnósticos clínicos, sempre!

No dia 23 de agosto sofri um traumatismo numa estação de Metro (história longa que carece ser abreviada) e isso me custou um ferimento profundo na parte frontal mediana da perna esquerda que, à principio, pensei poder tratar com cuidados domésticos, até chegar à conclusão de que estava infeccionado e me causando fortes dores na região.

É lógico que fui ao médico. Receitou-me tomar um antibiótico durante dez dias, sendo que nesse período eu deveria procurar lavar o ferimento com água e sabão e deixar sem curativo o maior tempo possível.

Realizei o tratamento com responsabilidade, muito embora a ferida não tivesse cicatrizado ainda, mas pensava que fosse uma questão de tempo... Tempo de procurar outro médico, porque a vermelhidão e o pus voltaram a marcar seu território, como que sentindo saudades de minha perna.

O profissional chegou a me deixar assustado, dizendo que isso poderia transformar-se numa erisipela, e eu poderia, com isso, ganhar um pesadelo para o resto de minha vida - vade retro! E voltei a tomar antibiótico, outro tipo mais forte e com um leque de indicações mais amplo, aconselhando-me a fazer compressas de água e sal para amolecer a casca do ferimento e permitir uma cicatrização melhor de dentro para fora.

Logo na primeira noite, fiz essa aplicação de algodão com água e sal durante um tempo que foi suficiente para sentir a tal casca amolecer e sair... Só que no lugar, ficou um buraco enorme, com um aspecto nada bom. Isso, aliado à forte dor que iniciou, fez com que eu me preocupasse em fazer um curativo, não deixando a ferida exposta durante a noite de sono até ir novamente ao pronto socorro para buscar uma opinião sobre como e o que usar no curativo. Utilizei uma pomada que estava em meu estojo de primeiros socorros, a conhecida "N" e, no dia seguinte, fui à procura da opinião de outro médico que, de forma tácita, me repreendeu por ter feito a compressa com água e sal e, também, por ter passado a pomada, tecendo uma série de argumentos técnicos e, ao mesmo tempo negativos sobre isso, convencendo-me a somente lavar a ferida com água e sabão e continuar tomando o antibiótico. Em seguida, preencheu uma folha com prescrições para um curativo e o entregou a uma enfermeira que, gentilmente, me encaminhou a uma pequena sala para fazer um novo curativo.

Depois de realizar uma boa assepsia no machucado, ela pegou de um tubo de pomada para completar o curativo, mas adivinhe qual era a pomada? - Sim, exatamente, "N"! De imediato, eu questionei o procedimento, dizendo-lhe o que o médico havia me explicado sobre isso...

Em meio à dúvida, a mulher foi procurá-lo, mas ele havia saído, e isso fez com que ela retornasse com um outro médico que, depois de examinar minha perna, aconselhou-a a aplicar, sim, o unguento por mim contestado. Mas, usando de meu bom senso, disse-lhe o que seu colega havia orientado há poucos instantes atrás... e quem ficou na dúvida em relação à dúvida foi este que, meio contrariado, disse à cuidadora que só utilizasse uma gaze e esparadrapo no curativo.

Bem, acabei de retornar do litoral, onde tive a chance de tomar quatro maravilhosos banhos de mar e, acreditem, a ferida está bem melhor, bem melhor mesmo. E resolvi contrariar a tudo e a todos utilizando o bom senso de minha mulher, que me aconselhou a utllizar em meus curativos uma pomada chamada "F" - famosa por seu efeito regenerador e cicatrizante. Está indo tudo bem, e tenho certeza que em breve estarei curado, mas, cá entre nós, com todo o respeito por Hipócrates, o bom senso e a precaução devem se fazer presentes em situações como esta. Estou errado?



"O maior e o mais velho amor, é o amor pela vida". (Plutarco)




quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mancha.







Neste domingo, enterrei no fundo do meu quintal uma gata que marcou sua presença por no mínimo vinte e três anos; era preta e branca e se chamava Mancha, graças a uma marca escura que tinha no lado esquerdo do seu lábio superior, e que viveu a maior parte de sua vida de um jeito diferente, fora de casa, pelos muros e telhados; sempre que percebia nossa aproximação ao voltarmos para casa depois de um período de ausência, vinha ao nosso encontro, recebendo-nos e acompanhando-nos entre meneios e brincadeiras por cima dos telhados das garagens da rua até que chegássemos à nossa casa; por mais que tivéssemos tentado colocá-la para dentro, dando-lhe um lar, nunca conseguimos essa proeza - a não ser de uns dois anos para cá - e mesmo assim, por vontade dela, como que nos intimando com um sonoro cheguei para ficar! E ficou mesmo porque, daí em diante, instalou-se de tal forma que só saía para tomar o seu solzinho.



Seguindo a lógica da tabela de correspondência de idades entre felinos e humanos, ouso afirmar que a vovó (como a chamávamos) partiu para o outro plano com aproximadamente cento e dois anos de existência - é muito tempo nas costas, ou melhor, no dorso!



Seu final de vida foi marcado por uma total surdez que, por sua vez, era compensada por um olfato refinadíssimo; como passou práticamente 9/10 de sua existência meio que longe de pessoas, não desenvolveu uma sociabilidade plena, era meio que selvagem e quando se permitia estar conosco (em suas raras visitas), aplicava-nos uns afagos meio que grotescos, espalhafatosos e desengonçados, sem controle, e foi somente depois de sua constante presença conosco que conseguiu, lentamente, uma melhor performance para com suas emoções.



E foi nesse curto espaço de tempo que essa gata coroou sua existência, demonstrando um amor incondicional inquestionável, livre de qualquer interesse mesquinho e/ou interesseiro; simplesmente, ela nos amava e, sendo assim, amou-nos até seu último suspiro - que se deu tão harmoniosamente, que faria inveja a qualquer pessoa que ainda não estivesse convencida da brevidade de sua passagem por aqui...



Vez ou outra, escuto algumas pessoas proclamando um "mande amor incondicional para esta ou aquela pessoa" como se fosse a coisa mais fácil de se fazer! Com o passar do tempo, acabei concluindo que a energia do amor incondicional foi dada a pouquíssimas almas evoluídas que por aqui passaram - Cristo, Buda, São Francisco, entre outras, que o digam...



Os animais irracionais amam e se dedicam aos seus donos desprovidos de toda e qualquer relação interesseira e/ou mesquinha; não roubam, não estupram, não traem, não matam e, também, não esperam pelo retorno desse amor abnegado - ao contrário, só contribuem para que as pessoas consigam perceber isso (quando percebem) através da leveza de uma troca no dia a dia, o que acaba sendo uma dádiva a quem deles toma conta e cuida, e isso, talvez, lhes permita uma reflexão maior e melhor sobre esse processo de troca de carinho e, vez ou outra, faça com que uns e outros consigam rever sua conduta numa espécie de autoavaliação, como se a evolução pessoal acontecesse em doses homeopáticas, eu diria.



Fico impressionado como essa gatinha marcou seu território em nosso lar e, consequentemente, em nossas vidas - é como se ainda estivesse conosco, dando sinais de sua presença. Sinto-me feliz por ter compartilhado momentos de amor e carinho com nossa Mancha, sabedor da reciprocidade descompromissada que existiu nessa relação...



Seria extremamente gratificante e perfeito se todos nós, sem exceção, conseguíssemos fundamentar nossos atos cotidianos espelhados na grandeza ímpar dos animais, sem pretender, com isso, incorrer numa pieguice fora de hora - gratificante, por me dar a certeza de que as sementes deixadas pelo tão propalado Cristo, há mais de dois mil anos atrás, realmente vingaram e germinaram; perfeito, porque isso justificaria a prova cabal de sermos chamados filhos de Deus...



Seria - futuro do pretérito!



Obs.: Esta foto da Mancha foi tirada durante seu último ano de vida.








terça-feira, 19 de abril de 2011

Determinados fatos acabam salvando o dia...



Primeiro, no supermercado, eu me encaminho até duas pessoas para pedir uma informação...

- Bom dia, por favor, vocês sabem onde posso encontrar trigo para quibe? - Um deles tem uma camiseta com o design da Ferrero Rocher, e o outro, o uniforme do supermercado que, ao escutar seu celular tocando, ignorou completamente minha pergunta atendendo-o de imediato. O rapaz dos chocolates reparou na situação constrangedora e, meio sem jeito, procurou ajudar-me da melhor forma possível.

- O senhor pode me acompanhar? Acho que é por aqui... então... vejamos... acho que é... ahhh, não falei!? Olha só, trigo para quibe, certo???

Realmente, a solicitude e a simpatia desse jovem conseguiu amenizar a bronca com a qual olhei para o outro...

- Na boa, mas teu amigo realmente é meio "casca-grossa", hein? Nem ao menos um "um instante, por favor", ou algo parecido... se eu fosse um cara do mal, tranquilamente iria tentar prejudicar esse cara sem educação reclamando com a gerência! - E não é que o sr. Rocher teve mais jogo de cintura ainda!?

- Então, dotô, vai um ovo da Ferrero aí!? Tá chegando a Páscoa, tem as pessoas que o senhor gosta, né!? Chocolate do bom...

- Na verdade, faz tempo que a Páscoa nada significa pra mim, amigo, eu e a família não vamos atrás disso...

- Mas é um dia especial, vocês trocam presentes e coisa e tal...

- Tudo criado pela imaginação fértil de quem quer convencer milhões de pessoas a consumirem os tais óvos de Páscoa, certo? Presente a gente pode trocar a qualquer hora, quando der vontade, sem compromisso de merchandising.

- Ahhh, aí o senhor tá certo, sim! E no final de tudo, tem de ter dinheiro sobrando no bolso pra ir atrás de tudo que se inventa, né!?

- Exatamente! O que você acha de eu criar o "dia do Osmar"? A gente poderia inventar algumas coisas pro público consumir mais e mais, né!? Mas o beneficiado maior teria de ser eu...(risos)

- Ééé, pode crer, dotô, o senhor tem razão! Mas é dificil a gente sair dessa, né?

- Bastante, amigo, mas não impossível... eu já estou fora disso, graças a mim! (mais risos)

- Poxa, legal bater um papo com o senhor, obrigado pela atenção, viu!? Tudo de bom...

- Obrigado eu, valeu pela atenção!




Depois, na banca de jornal...

- Nossa, já está no número 4 a coleção "clique a clique"?

- Pois é, o senhor levou só o número 1, né?

Eu estava com pouca grana no bolso...

- Então, guarde os outros três pra mim, você sabe que eu venho buscar, certo?

- Eu sei, sim, pode deixar.Repentinamente, percebo que o preço dos outros exemplares não era mais igual ao do lançamento, R$9,90, mas, sim R$19,90!!!

- Pô, mas que sacanagem, os caras lançam a um preço, fazem a cabeça do consumidor e, depois, mostram o que estava escondido!!!

- É isso mesmo, eles fazem um tipo de "maquiagem" no produto pra depois mostrar a cara verdadeira!

- Ahhh, não gostei disso, é propaganda enganosa, não acha? Depois dessa, vou repensar se continuo a colecionar... que saco!

- Olha, sinceramente? Eu, se fosse o senhor, não colecionava, não! Olhe só (mostrando o índice dos volumes a serem publicados), este não é importante. Este aqui o senhor vai utilizar pra alguma coisa? E este outro, se quizer, eu sei ensinar o senhor como mexer com fotoshop... na boa!

- Ahhh, eu agradeço pela atenção, não é necessário isso, mas, cá entre nós, o que você acha disso?

- Sinceramente mesmo? Eles vão ficar com material encalhado e, depois, vão vender a preço de banana, sabe, tipo "leve dois, pague um"...

-Sério mesmo?

- Pode acreditar no que estou falando, eu conheço isso há muito tempo, tenho experiência! Mas, tô falando sério, se quizer, posso dar alguns toques pro senhor, algumas dicas, porque conheço um monte de coisas...

- Pô, amigo, eu te agradeço mesmo, sabe, e vou repensar nisso que acabou de me falar; tô achando que você tem razão, esse pessoal quer mesmo é enfiar os produtos na cara do consumidor! Olhe, se até amanhã não vier buscar, pode deixar de reservar pra mim, ok? Por enquanto, te agradeço mesmo, amigo, a gente volta a se falar, muito obrigado mesmo, até amanhã!

- Falô!

Às vezes, para o bom entendedor não é necessária palavra alguma! E voltei a ficar bem humorado...