Ando sempre avesso ao uso indevido e exacerbado que as pessoas fazem das facilidades que a tecnologia oferece - dificil de explicar, mas penso que a cada dia que passa, uma infinidade de "maravilhas" vão aparecendo e se mostrando às pessoas ávidas em consumir tudo como se fosse um prato cheio; tenho a impressão que elas acabam meio que escravas do consumismo barato e fútil, e enxergo isso com uma certa reserva e aversão.
Hoje, porém, aconteceu um fato interessante e que, ao mesmo tempo, me deixou um pouco mais à vontade em meio a esse meu estado de prontidão para com o novo.
Saí de casa apressado, minha meta era pagar um boleto bancário que vencia na data de hoje. Chegando ao banco, dirigí-me aos caixas eletrônicos e qual não foi minha surpresa e raiva ao perceber que deixara o tal boleto em minha escrivaninha... Depois de algumas cobras e lagartos soltados para comigo mesmo, lembrei-me que todo boleto tem um código de barras que, por sua vez, possue uma numeração, uma espécie de código, que define e resume tudas as informações visíveis que o mesmo contém. Ora viva, uma luz no fim do túnel...
Imediatamente, perguntei ao funcionário de plantão se haveria possibilidades de realizar o pagamento telefonando para minha residência e anotando os dados numéricos, ao que ele, muito gentilmente, me ensinou todo o processo e... Urraaa, deu certo! Consegui efetuar o pagamento depois de contatar com minha esposa através do celular... e isso salvou meu dia, pois o fato de ter de voltar até minha casa para apanhar o documento esquecido e retornar ao banco já havia me causado um verdadeiro transtorno, haja visto que havia, também, o fator tempo nisso tudo - saindo dali, eu iria direto a uma consulta médica.
Acho que foi a primeira vez que utilizei meu celular de forma tão coerente e, ao mesmo tempo, ansioso e feliz por um resultado que acabou acontecendo. Em pensamento, acabei dando um verdadeiro "viva" à tecnologia! Ao fazer uso de forma racional e procedente de um mero celular - representante infinitesimal do que o mundo pode me oferecer - acabei por não agredir a mim próprio com as luvas do consumismo selvagem e desnecessário, e isso me deixou feliz... viva!