quinta-feira, 29 de julho de 2010

Minoria X reacionarismo.


Fui educado dentro de um processo de respeito ao próximo, ou seja, dar lugar aos idosos, mulheres grávidas, pessoas com crianças de colo, enfim, como meus pais me ensinaram - sempre me portei dentro desses parâmetros, não por culto ao que o social pensa de mim, mas por acreditar nesses preceitos.

Infelizmente, percebo que esses tais atitudes estão se tornando raros - a indiferença e o descaso têm sido companheiros leais no comportamento das pessoas, salvo algumas exceções, lógico!

Mas, também, percebo que essa "elite" diferenciada tem apresentado comportamentos que excedem o limite da compreensão e da paciência. Hoje, por exemplo, estava na fila do ônibus e, como de praxe, os idosos subiram à frente para, teoricamente, ocuparem os lugares que lhes são concedidos por lei. Haviam pelo menos uns oito representantes dessa faixa etária e praticamente todos foram ocupando os assentos que lhes são destinados por direito, com exceção de um casal que teve o descaso de se sentarem isoladamente em bancos individuais e não preferenciais...

Eu era uma das pessoas que pretendia sentar num dos dois bancos e não consegui deixar de olhar para ambos e comentar que eles estavam ocupando um lugar comum, e isso não estava certo, pois ainda haviam lugares conferidos a eles!

O homem, olhando-me de frente, apenas limitou-se a responder um sonoro "um dia você também chegará aqui, como eu!", ao que redargui de imediato "sim, certamente, se não chegar, páro no caminho, mas tenha a certeza que continuarei prezando por meus direitos e obrigações de cidadão, e acho que o senhor, agindo assim, está abusando de seu privilégio!"

Ele simplesmente desviou o olhar, como se eu nada significasse...

Fiquei extremamente chateado. Valeria a pena continuar uma discussão assim!? Ao meu ver, não, porque eu perderia terreno pelo simples fato de incorrer num estado tal onde a hipocrisia, acobertada pelo inconsciente coletivo, fariam com que eu parecesse o carrasco de tal acontecimento, e longe de mim isso!

Sinto-me pesaroso escrevendo isto, mas não conseguí fugir à minha têmpera e caráter, pois acho e, infelizmente, tenho certeza de que a tal "melhor idade" não aprimora os seres humanos - ao contrário, com o tempo, eles vão se revelando um pouco mais!

Tenho cinquenta e quatro anos de idade, e sei que estou a caminho da velhice - se não parar antes no percurso da vida - e jamais me permitirei utilizar de atitudes mesquinhas, amparadas numa lei hipócrita, pois acima de tudo, sou um cidadão, e as relações deveriam simplesmente ser pautadas nessa troca - a cidadania pela cidadania!

Fui!!!!!!!