A vida inteira foi sempre a mesma coisa: levantar cedíssimo, ir para o trabalho e chegar em casa no início da noite. Um automóvel excelente era seu parceiro de rotina - talvez seu melhor amigo! - e, vez ou outra, arriscava um cumprimento geométrico com suas sobrancelhas.
De temperamento impetuoso e agressivo, colecionou homéricos bate-bocas - e isso, sem falar nos "finalmente"!
Amigos!? Nenhum, volto a dizer, mas para quê!? Afinal, foi sempre um homem independente, um verdadeiro super-homem.
Ele não percebeu (normalmente, é sempre assim), mas o tempo passou, e hoje limita-se a olhar os netos numa parva expressão de devaneio - verdadeiro "anjo emoldurado".
A morte, com seu olhar frio e calculista, o espreita de esguelho, mas ele ainda não se deu conta disso, e o amanhã continuará reservado a outros e outros e outros, verdadeiros astros e estrelas da incrível dança da vida...