quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Música e sonho.









Fechei 2010 com saldo musical positivo, isso é muito legal! Hoje faço parte de uma banda, um grupo de pessoas que, além de uma amizade sólida, possuem interesses musicais bastante comuns, graças ao cosmo. Fizemos poucas apresentações, o suficiente, porém, para concluirmos que a banda deu certo -nosso "time" e nosso "feeling" musicais nos mostraram isso.
O universo é um manancial de surpresas; às vezes, temos a impressão de que determinadas coisas ou pessoas, por mais explícitas que sejam, se escondem, criando um estado de angústia interior, como se algo ou tudo esperado nunca fosse dar certo, mas... eis a magia - o Tempo - em seu ritmo constante e imutável, acaba trazendo à tona surpresas indizíveis.
Meu projeto musical permaneceu latente por quase cinco anos, ora tentando resgatá-lo o mais urgente possivel, ora esquecendo-o em função de outras coisas que a vida se nos apresenta; tantos altos e baixos, encontros que não aconteceram (tudo tem seu tempo!), até que, de agosto a novembro do ano passado, a vontade e a ansiedade espocaram juntas, e consegui parir um trabalho, que gratificante isso é...
Durante a maior parte de minha vida, releguei a música a um plano nada louvável, substituindo-a por uma atividade da qual não tenho saudades - desde garoto, trabalhei em função de um salário, pela subsistência, enfim, por uma carteira registrada; meus pais me educaram assim, e eu acabei seguindo o curso desses preceitos, infelizmente. Isso tudo me legou uma aposentadoria e um problema crônico chamado de L.E.R./D.O.R.T. (lesões por esforços repetitivos e/ou distúrbios osteo-musculares relacionados ao trabalho), nada mais.
Há bons anos atrás, minha médica me aconselhou a não deixar de tocar, de pegar meu violão, pois isso não interferiria negativamente nesse meu processo crônico; ao contrário, me faria muito bem, principalmente à minha alma... e segui seu conselho, abraçando meu instrumento numa relação gostosa e, ao mesmo tempo, temerosa, mas que fui me acostumando até perceber que isso realmente me fazia bem. Não frequentei escola de música; a única experiência marcante foi estudar guitarra por mais ou menos um ano com um professor particular, mas isso pouco interferiu naquilo que chamo de "minha pegada pessoal" - um jeito meu de tocar o violão, explorando as cordas superiores como que fazendo uma espécie de baixaria conjunta à harmonia.
Acho que deu certo; muita gente me diz que toco de um jeito interessante, que tenho uma pegada legal, e isso me deixa feliz, muito feliz mesmo, é o jeito que dei, e isso me deixa satisfeito em relação ao que consegui e consigo explorar no universo de minha musicalidade. E como tenho muita sintonia e facilidade com o contrabaixo, fiz disso um prolongamento nessa minha proposta musical, tanto que são esses os dois instrumentos que toco - o violão e o contrabaixo.
Percebo que fiz coisas extremamente marcantes e densas no decorrer de minha vida e, também, coloquei outras no baú do esquecimento - a principal de todas foi exatamente ter deixado de me dedicar à Música de cabeça e alma durante pelo menos dois terços de minha vida - e todo esse tempo pesou em mim, em meu coração, em minha alma, tanto que até cheguei a pensar em nunca mais pegar num violão, afinal de contas, isso não me levaria a qualquer ponto de convergência entre minhas vontades e minhas desvontades na vida... mas errei, ainda bem! Errei e só eu sei o quão importante foi resgatar um tempo só meu, um tempo onde eu me permiti não parar de tocar...
Percebo, também, que há determinadas coisas que não estão mais à minha mercê como, por exemplo, estudar técnica de instrumento exaustivamente - cheguei à conclusão que o que faço, apesar de simples, é bem feito e executado dentro de meu jogo de cintura, por sua vez, consegue atender determinadas exigências no processo de um trabalho em grupo, e isso me faz sentir muito bem comigo e com eles.
Fazemos um trabalho acústico muito legal, que vai do Pop ao Rock, sem deixar de passar pela boa MPB, as pessoas tem gostado bastante dessa nossa proposta e temos sido muito bem recebidos e ovacionados pela platéia - isso é maravilhoso!
Eu e meus dois amigos da banda temos muito em comum, faixa etária, gosto musical, geração afim, mas o principal mesmo é a amizade sincera e o caminho espiritual comum a todos - somos irmãos de fé!
Estou iniciando um ano que me promete boas surpresas no campo musical, e tenho certeza que isso irá acontecer, graças a mim, graças aos meus companheiros, graças ao plano divino; sem falsa modéstia, percebo que cada um de nós está dando o melhor de si e no conjunto dos bons momentos que temos passado juntos, é edificante, é compensador, é... merecedor dentro do quinhão de cada um!
Não faço ideia do quanto irei viver ainda, e isso realmente não me importa! Há pessoas que desejam viver muitos e muitos anos, outros, temem a morte, enfim, cada um tem seus motivos pessoais quanto à expectativa de vida, mas o que penso e quero, daqui para frente, é conseguir realizar poucas e boas coisas que compõe o leque de minhas aspirações - e, sem dúvida alguma, a Música ainda ocupa primeiro lugar no meu pódium pessoal; pretendo (e vou) viver o suficiente para cobrir determinadas lacunas que ainda estão em minha alma... morrer será consequência, e no tempo certo, sem medo ou arrependimento!
Agradeço, também, pela força da família, em particular o incentivo constante da Carmo e o carinho de meus filhos, principalmente no dia da nossa estreia - nós quatro sabemos da importância da música no nosso dia-a-dia, sem deixar de louvar os amigos que também fazem parte dessa salada musical... como diz o velho ditado "cada macaco no seu galho", e todos no mesmo movimento, não é mesmo?
Sonhar ainda é bom... os "3 THOTTENS" que o digam!




7 comentários:

  1. Às vezes parece que o que aguardamos uma vida inteira, não passou de engano e já não irá se realizar, mas heis que, de repente, as coisas mudam e a vida pode também nos trazer boas surpresas!!!
    Fico muito feliz por finalmente ver você acreditando nos teus talentos musicais e também, por que não acrescentar, para escrever este blog, que é uma delícia de ler.
    Parabéns, querido!
    Beijo celta musical,
    Carmo

    ResponderExcluir
  2. É... valeu!!! Também estou contente com minha amada "Música", e é bom retornar por aqui, no pedaço...rs... outro beijo celta musical,

    the Osmar

    ResponderExcluir
  3. Meu amigo, eu ainda não tive o prazer de ouvir sua música, mas te aconselho a usar esta ferramenta livre que é a internet e gravar um vídeo seu e de sua banda. Assim, além de mim, muitas outras pessoas poderão apreciar seu talento.
    Que bom que redescobristes e que tenhas voltado a se dedicar ao que você gosta de fazer, que é tocar.

    Particularmente eu amo música. O estilo? Gosto de música boa! rsrsrsrs. Claro, o que é bom pra mim, não necessariamente é bom para as outras pessoas, mas... rsrsrs.

    Amigo, boa sorte na sua caminhada. E parabéns pra você e pra sua família! É isso aí... UNIÃO SEMPRE!!!

    Bjs... Bárbara.

    ResponderExcluir
  4. Hum...seja Bem vindo de volta!!!! Gosto muito do que vc escreve..acho que ja falei isso muitas vezes!!! Este post em especial me parece alma pulsante...parabéns!!! Beijos

    ResponderExcluir
  5. Fico sensibilizado pelo comentário... na verdade, eu tento sempre escrever aquilo que realmente penso ou sinto, viu!? A casa é tua, beijos,

    the Osmar

    ResponderExcluir
  6. Olá amigo!!
    Parabéns, gostei muito do teu depoimento e do blog.
    Desejo sucesso em todos os aspectos da tua vida, especialmente com tua banda e com este.
    Gosto da forma que escreves, continua.
    Um grande abraço e bjs da amiga gaúcha,
    Márcia Elisa

    ResponderExcluir
  7. Bahhh, que coisa boa, tchê!!! Obrigado, viu, e fique com um abraço e um beijo...

    the Osmar

    ResponderExcluir