quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ó, Doce Yá...

Segundona, dia cheio prá muita gente, menos prá mim; estou me preparando para fechar a porta e correr à praia que me espera como uma Yemanjá prontinha a me embalar... Opa, de repente, a lembrança - Acender a vela azul clara prá minha doce Yá! Aí, então, depois de uma prece feita de coração, caminhar pela praia como se o mundo estivesse aos meus pés.

Menos de um quilometro percorrido e diviso uma porção de pessoas que, em seus ritualísticos, se preparam para uma pequena cerimônia; vão entregar um barquinho que, no movimento de vai-e-vem das ondas, irá direto para o alto mar - isto é, se a Senhora das Águas aceitar a oferenda, caso contrário, retornará à praia (pois em ambas as situações, o que vale é a intenção do ofertório).

Atabaques em uníssono, pontos cantados aos Orixás, a defumação presente e, de repente, sou saudado pela Mãe-de-Santo que, de incensário na mão, me abençoa em meio a outros devotos; ganhei até uma mensagem de presente - "abra teu sorriso ao mundo para conseguir o que necessitas...". Hmmm, muito interessante, haja visto como venho me surpreendendo com o jeito que vislumbro a vida...

Aceito a benção e giro meu corpo 360 graus em sinal de respeito e agradecimento, e abro um admirável sorriso para aquela mulher que, sem me conhecer, acabou tocando minha alma de forma singular - simples em seu jeito de ser e majestosa em sua essência.

O barquinho é conduzido para além das sete ondas com muito carinho e respeito, propiciando um clima de ansiedade geral, onde é fácil de se ler nos semblantes frases do tipo "ai, meu Deus, não deixe o barquinho voltar, não!"... E não voltou!

Doce Yá aceitou o mimo que, lentamente, foi sumindo em direção ao alto mar para, depois, ser tragado pela imensidão dos domínios dessa fantástica Senhora.

Meus olhos perderam de vista a frágil embarcação, e meu coração encheu-se com a certeza de que aquilo não acontecera por acaso, não. Houve, sim, a incrivel e maravilhosa conexão de meu ser com a força e a energia de Yemanjá... e não foi preciso que a terra estremecesse ou, então, que o mar adentrasse com sua fúria para que isso fosse sentido, pois Ela é amor puro, por isso que se canta "como é lindo o canto de Yemanjá, faz até o pescador chorar, quem escuta a mãe d'água cantar, vai com ela pro fundo do mar, rainha das ondas, sereia do mar".

Ó, Doce Yá, eu te saúdo com muita ternura e com muito amor...







terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Nosso eterno Cazuza.


Há poucos dias, recebí um email que me foi repassado, no qual uma pretensa psicóloga (cujo nome não vale a pena citar neste meu espaço), tece severas críticas a Cazuza. Começa com um título pouco ético e profissional - "CAZUZA, UM IDIOTA MORTO" - e continua com afirmativas densas que vão desde chamá-lo de um filhinho de papai irresponsável, traficante, bêbado, pervertido sexual e outras mazelas mais; algo realmente terrível de se ler, principalmente sabendo-se que foi escrito por uma pessoa que tem por mérito trabalhar com a mente humana - uma bola fora cometida por essa profissional!
Por não aceitar afirmações assim, tão grosseiras e descabíveis, me ví na obrigação de rebatê-las, pois, para mim, Cazuza marcou época na história da música brasileira - um ser de raro talento musical e poético, sem dúvida alguma.
Todavia, o que ele fazia de sua vida particular, sinceramente, a mim pouco importa - cada um de nós já tem a sua para cuidar -tarefa bastante dificil, que envolve um grau de responsabilidade muito grande... o que me importa é que Cazuza, dentro de seu livre-arbítrio, viveu a sua vida sem ferir ou macular a do próximo - marca registrada de um cidadão.
E tenho certeza absoluta que sua vida, seu mapa pessoal e as impressões que por aqui deixou causaram e ainda causam inveja em muita gente. Nesta selva sociabilizada em que vivemos, conseguiu ser ele mesmo, coisa que a maior parte das pessoas não conseguem em função de uma série de "empecilhos" que nossa sociedade hipócrita fomenta e arquiteta. Viveu pouco, mas viveu plenamente, e isso é um fato que ninguém pode ou tem o direito de questionar.
E valeu o desabafo!!! Fui...










sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A aventura de andar de ônibus na cidade de São Paulo


Em primeiro lugar, a equipe que idealizou e projetou os ônibus que estão circulando em minha querida São Paulo não anda de ônibus - isso eu tenho certeza absoluta!


A aventura começa logo após a passagem pela roleta do cobrador, onde está a porta de saída... Quem vai descer logo, tem de se virar nesse espaço onde o segurar-se exige uma prova de aptidão e altura, pois quase não se tem onde segurar! Os que não descem logo, vão passando por essa turba jogada ao Deus dará, para irem se aglutinando lá no fundo. Detalhe: essa porta de saída deveria estar lá no fundão, e até agora não consigo entender a fonte inspiradora dessa obra verdadeiramente arrojada!


A coisa não pára por aí, não! Existem os tais ônibus cujos pisos possuem rebaixamento feito em degraus, ou seja, a gente adentra o veículo e, de repente, tem de descer dois degraus até chegar à catraca - o pior de tudo é que isso normalmente acontece com o veículo arrancando ou já em movimento, o que nos induz a movimentos de coordenação e equilíbrio interessantes para conseguir essa proeza. Tenho certeza que as pessoas mais jovens e/ou que gozam de boa saúde física acabam se dando bem nessa prova, mas duvido que o mesmo aconteça com quem já tem uma idade relativamente avançada ou, então, problemas relativos a limitação de movimentos e outros mais como, por exemplo, EU, que apesar do tamanho e da aparência saudável, tenho muitas limitações decorrentes de L.E.R/D.O.R.T. - vocês não imaginam como é gostoso fazer uma viagem de pé daqui de onde moro, na Chácara Santo Antônio até, por exemplo, a Praça da Sé num veículo com um movimento desses que vai desde arranques frenéticos até freadas bruscas. As pessoas que se danem, pois o jeito é segurar-se do jeito que der...


Dentro dessa maratona incrível que representa a utilização do transporte público - cada vez mais deplorável, infelizmente - adicione-se, também, o mau humor e a má vontade de alguns motoristas que usam e abusam de um poder que nunca lhes foi conferido, um poder subliminar que lhes permite andar por aí e dirigir um veículo que transporta pessoas, seres humanos, do jeito que bem quizerem, arrancando em velocidade, trocando marchas em movimentos rápidos e quebrados e brecando abruptamente em lombadas e buracos já conhecidos de seus trajetos... para quê isso!?


É imprescindível comentar sobre a velocidade com que alguns desses motoristas dirigem, algo simplesmente patético e, ao mesmo tempo, revoltante, pois acaba-se constatando o grau de indiferença e irresponsabilidade para com a sua própria segurança e, o mais importante, com a segurança de todos os usuários.


Os técnicos responsáveis sabem muito bem o perigo que representa a frenagem de um desses veículos em alta velocidade e o espaço que necessitam para que isso aconteça a contento e com segurança.


Acredito piamente que instituir a velocidade máxima de 70 km/hora para esses condutores de massa, seria mais do que lógico e coerente - seria dar mais dignidade a todo um processo que cada vez mais confronta e afronta preceitos humanitaristas.


Lanço aqui um desafio às autoridades competentes para que desçam de seus veneráveis altares e utilizem esses veículos públicos, principalmente em horários mais "nobres", disfarçados de pessoas comuns, para sentirem na própria pele as emoções de uma dessas aventuras...


E aproveito para deixar registrada aqui a pedra fundamental para uma campanha popular de peso endereçada aos representantes do povo: que todos eles reflitam com muita atenção e muito carinho nas palavras que acabei de escrever; imaginem que suas famílias, seus entes queridos e amigos estão por aí, perdidos em meio a uma população que necessita e se submete cada vez mais a tudo isso, e reflitam se é muito dificil criar e sancionar uma lei que tenha competência para, não só proibir veementemente os excessos de velocidade nos veículos públicos como, também, criar mecanismos mecânicos que frustrem as tentativas dos choferes de aumentar a velocidade máxima permitida. Isso é possível, sim, basta apenas a real intenção de querer levar tal projeto adiante.


E por falar em projeto, é bom lembrar que não demora muito para termos novas eleições, não é verdade? Por que os políticos não aproveitam esse gancho para fazerem disso uma meta, tornando-a concreta e possível, dispensando, assim, maior respeito pelo cidadão? Ao menos será muito mais coerente e construtivo do que, por exemplo, preencherem seu tempo tentando criar ou mudar nomes de ruas! E, lógicamente, o povo tem de participar ativamente, pois disso refletirá seu bem estar.


Agradeço a atenção e a colaboração do "SPUrgente", e espero que este pequeno "movimento" sirva para lançar boas sementes com o consequente desabrochar de algo maior e melhor em termos de mudanças sociais positivas, obrigado.




Esta postagem foi gentilmente publicada no blog www.saopaulourgente.blogspot.com.br

Não deixem de visitar este primoroso "jornal virtual", que trata de assuntos de interesse geral relacionados à cidade de São Paulo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Amarração de mentes... "Tu sofre?"



Gente, pode parecer algo simples e comum, mas já perceberam determinados anúncios de fundo de quintal, daqueles colados em postes e outros lugares interessantes onde se lê algo do tipo "amarração para o amor", além de outras "pérolas"? É impressionante notar como esse tipo de propaganda está proliferando de forma assustadora e descarada; em alguns casos, promove-se tanto esse tipo de trabalho que só falta fornecer nota fiscal para uma posterior garantia do consumidor... e garantia de quê!? Que a pessoa vai gozar dos benefícios do produto pelo resto da vida? Que vai ser amada de coração, incondicionalmente? Que vai conseguir abraçar poder e riqueza em função da queda do seu próximo?

Pode parecer cômico, mas a coisa é extremamente séria! E quem paga por isso são as pessoas que, como eu, teimam em se manter firmes e coesas no caminho da Lei Maior que, para muitos dos que realizam esse tipo de trabalho, deve ser desconhecida, caso contrário não incorreriam em abusos e erros desse quilate, onde acabam sobrecarregando não só o carma de quem os procura para realizarem esse trabalho como, também, deles próprios.


A Lei é exata e única, não requer esforços intelectuais para compreendê-la... "se erramos com conhecimento de causa, a cobrança do Plano Maior é extremamente severa, comparada com quem errou dentro da ignorância!" É muito simples, uma questão de causa e efeito, só isso.


O pior de tudo é que, na maioria das vezes, nem à justiça dos homens pode-se recorrer quando se sentir lesado, pois não há como se provar, é muito dificil. Primeiramente, o charlatão assusta seu cliente com palavras ameaçadoras e amedrontadoras, incutindo-lhe problemas sérios e de dificil resolução; depois, explica que existem meios para "limpar" tal situação, mas a demanda envolve uma série de hítens que acabam deixando o consulente preocupado e desanimado por não saber como fazer para obter a todos eles, um por um. Aí, então, mui generosamente e de forma bastante cristã, explica que terá o maior prazer em prestar tal auxílio espiritual mediante um acordo pré-determinado, acertando-se uma quantia que cubra as mercadorias e o trabalho em sí... simples, não é mesmo?


E a pessoa vai embora, confiante, achando que tudo será feito conforme o que foi acordado e, o mais interessante, com os problemas em fase de resolução...


Infelizmente, isso ainda acontece em pleno século XXI; é a eterna batalha dos exploradores X explorados; dos espertalhões X ignorantes; faz parte da dialética da história do ser humano, está justificada pela "lei do mais esperto" - o trouxa que se dane! E até quando?


Ahhh, gente, juro que se pudesse responder a essa pergunta com segurança e certeza essas coisas já estariam relegadas ao campo do esquecimento, num acervo de memórias escritas e condicionadas em livros, dispostas numa espécie de museu de bizarrices, tais como "coisas assim aconteceram neste planeta, acredite se quizer." Mas isso foge do campo de minhas ações...


Só me resta continuar trilhando o caminho da Lei Maior , realizando o "bom combate" no dia-a-dia, tendo em minha fé interior a certeza de que tudo está em constante movimento, tudo! E essas pessoas inescrupulosas que tomem cuidado, pois, nesse movimento, as Leis Cósmicas não são alteradas e/ou relaxadas com o tal "jeitinho" dos humanos, não; muito cuidado, pois a Lei do Retorno pode até tardar, mas não nunca falha!!! Fui...








terça-feira, 13 de outubro de 2009

Ao manOlavo (agora caiu a ficha!!!)


Pois é, no última dia 29 foi o enterro de meu único irmão, quase dezoito anos mais velho do que eu - ou seja, práticamente uma geração à minha frente. Sou espiritualista, e tenho certeza que essa alquimia muito me ajudou a enfrentar esse processo, mas...


De início, tudo parecia parado, como se o tempo estivesse bolinando comigo - "onde já se viu isso, meu mano véio morto!?"


E a cortina da vida foi se descerrando, lenta e gradativamente, até que realmente me caiu essa ficha, e percebí que, depois de meus pais, perdí meu último elo de ligação a um todo histórico mais próximo - minha célula familiar - "sim, meu irmão está morto!" - e vários flashes de lembranças sobrevieram à minha mente...


Eu me permito afirmar que três fases distintas marcaram profundamente minha ligação com ele. Numa primeira fase, ele foi como que um herói onde, direta e indiretamente, fortes valores me acabaram sendo passados e por mim absorvidos, uma espécie de continuidade em que eu trilharia esse caminho que me permitiria galgar os degraus das minhas realizações... creio que isso se passou em minha infância, minha puberdade, minha adolescência e até uma parte de meu ser adulto.


Na fase intermediária, eu diria que meu irmão tornou-se o "vilão" desse meu processo - e escrevo vilão entre aspas, porque quero deixar claro que ele nunca soube disso, muito menos agiu de forma como se assim o fosse, pois tais parâmetros não me foram por ELE inculcados ou impostos - onde acabei percebendo que tais valores diferiam e muito daqueles que se processavam dentro de mim, com perspectivas e buscas completamente distintas com relação à minha pessoa e com este mundo enorme ao meu redor. Mesmo assim, respeitávamo-nos como seres singulares e nos amávamos como seres cósmicos ligados pelo mesmo sangue. Esta foi, talvez, a fase mais longa...


Na terceira e última fase - que durou o tempo entre sua partida de Sampa até sua morte, uns seis anos aproximadamente - conseguimos realizar o bom combate juntos, mesmo que na maior parte desse tempo à distância. Foi um período em que não só consegui enxergar nele um grande amigo e companheiro como, também, um filósofo inato; ele me premiou com poucas e boas frases oriundas de sua experiência e de seu grau de evolução. E certamente nunca esquecerei disso, nunca! A saudade que ele sentia de sua terra natal tornou-se bastante forte, a ponto de combinarmos sua vinda prá cá por uns tempos - e isso, sem dúvida alguma, representaria um altar à nossa ligação - mas, infelizmente, a doença foi muito rápida e esses planos ficarão conosco num tipo de "memória póstuma"... faz de conta que um dia isso aconteceu!


Mas o que importa mesmo é que esses últimos tempos semearam muita amizade e muita cumplicidade entre nós dois, como se gozássemos dessa relação privilegiada em todo o percurso de nossa história de irmãos.


Portanto, acho que é agora, neste exato momento, que me despeço dele com o coração permeado pela alegria e pela saudade. Você foi um grande camarada, Olavo, e deixou este plano tão rápidamente que só agora é que tive vontade de sentar e escrever estas linhas, só agora.


Não sei exatamente onde você está, mas tenho certeza absoluta que está muito bem, e isso me deixa feliz. Um dia a gente vai se reencontrar, e até lá quero deixar registrado meu carinho, meu amor e meu muito obrigado por tudo o que fez por mim e por minha família.


- Tchau, mano véio, permaneça na energia divina...




manOsmar








sábado, 19 de setembro de 2009

Gratidão




Sabe quando uma pessoa amiga te convida a assistir uma performance da qual faz parte? Pois é, acaba sendo delicado pois existem dois caminhos: gostar ou não gostar. No primeiro caso, as coisas continuam tudo bem, mas, no segundo, a gente acaba ficando numa saia justíssima...



Acabei de assistir uma peça teatral intitulada "Gratidão", com um grupo de amadores e, confesso, ainda estou com a garganta presa e os olhos vermelhos de tanto que chorei de emoção.



Uma peça que, com esse título, pode causar uma certa impressão de pieguice... mas não é! Um elenco super esforçado, que valorizou momento a momento sua atuação no palco e, o mais importante, a mensagem que nos passa. Eu arriscaria dizer que se trata de um espetáculo para todos assistirem, e que certamente enfoca uma temática super atual, provocando muita curiosidade e, também, muita descrança para com o assunto. Em resumo, eu complementaria afirmando que essa é uma "montagem louca feita para um público extra-normal"...




Vale a pena, e muito! Uma criação coletiva, feita com muito esmero e sensibilidade, para um público maduro e espiritualizado - a "Cia. D'Alma" - que está em cartaz no espaço Alma d'Alma, à rua Saturnino dos Santos, 74, no bairro do Ipiranga, aqui em Sampa. Pode-se, também, acessar o site http://www.almadalma.com.br/, e o telefone é 5062-5164.




André Lazzari - grande amigão e integrante do elenco - está de parabéns; não imaginava que você possuísse uma verve teatral desse naipe, de todo meu coração. Um abraço forte e carinhoso prá tí, cara!






Osmar

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Minha alma


Minha alma é passivel de várias interpretações, desde as metafísicas e espiritualistas até as mais racionalistas possíveis, mas prefiro me limitar a entendê-la e senti-la através de uma relação silenciosa, que extrapola barreirasimpostas pela redoma do conhecimento e que transcende a limitação dos cinco sentidos. Prefiro, assim, sintonizar-me com ela num nível sutil e inconsciente, onde preceitos e conceitos acabam não tendo importância.


Ela é antiga, tão antiga que a cronologia humana não conseguiria datá-la, mesmo que por aproximação. Sua idade perde-se nos tempos em que humanos e deuses(as) se relacionavam tão naturalmente que não havia a necessidade de maiores definições e divisões hierárquicas, pois tudo se encaixava em seu devido lugar e tinha sua razão exata de ser... Ela é conhecedora de antigos mistérios da história humana, que repousam em estado latente em meu inconsciente.


Tingiu-se de negro ao conhecer a Escuridão e por Ela ser seduzido através de Sua energia, seu encanto maldito e seus encantos inomináveis que tateavam a Terra em busca de sua própria sombra. E dentre esse caos, fez-se a Luz, e minha alma também se mesclou a Ela, encontrando uma nova forma de ser e estar mais sutil e transparente, mais assumida frente a sí mesma e menos rebuscada em sua definição, tudo muito repentino e brusco! Lenta e gradativamente, foi assumindo esse dualismo e se permitindo permear essas duas esferas de energia antagônicas e, ao mesmo tempo, osmóticas - LUZ e TREVAS que, nessa interpolação, permitiram acessar o Bem e o Male, como não poderia deixar de ser, as suas legiões de anjos e demônios.


Minha alma não possue nome próprio, porque esse nome estaria acima da compreensão de todo e qualquer alfabeto criado pela razão. Seu sexo é indefinido, destituido de toda e qualquer intenção da própria definição em sí; certamente, já conheceu o fogo de intensas e delirantes paixões, criadas à guisa da loucura libidinosa da carne - masculino ou feminino (o que importa!?), cada porção sexuada teve em seus momentos de lascívia a prova absoluta do calos das paixões...


Ela é melancólica, e essa melancolia justifica sua natureza solitária e o prazer na solidão; consegue criar um estado de euforia interior que lhe permite, ao mesmo tempo, rejubilar-se consigo mesma e gozar um gozo sem igual, macerado, concentrado, passível de gerar uma doença sorrateira e subliminar terrível que, infelizmente, assola grande parte das outras almas, a 'inveja'.


Ao mesmo tempo, minha alma consegue identificar-se com outras que, de forma expontânea, acabam por se manter em consonância com a minha - e é nesse momento único, onde a magia se traduz em atos que, como neste exato momento, acabam edificando um altar que permite justificar uma verdadeira amizade em palavras silenciosas... de minha alma.




Osmar






domingo, 23 de agosto de 2009

Domingão!!!




Pode parecer estranho, porém, confesso que estou longe de meu blog há bons dias. Mas não é culpa minha, juro! Não sei explicar, mas é um pouco de um tudo, menos algumas coisas que me são queridas!


De um tempo para cá, ando enfastiado com quase tudo que me cerca - talvez, uma espécie de "má digestão" para com aquilo que querem me fazer engolir contra minha vontade!


Sei lá, detesto esses papos de otimismo em gotas e auto-ajuda , não acredito nisso, juro, por isso fico à mercê de minha própria força de vontade em tentar tocar o barco à frente da vida...


Sempre curtí ir ao centro da cidade - atualmente, vou uma vez por semana - e isso sempre me fez bem, sabe, amo São Paulo. mas de um tempo para cá, percebo que retorno em casa como que "pesado", pedindo por um banho de sal grosso...


Miasmas e/ou energias negativas que acabo pegando, como boa "antena" que sou? Pode ser, mas sempre fui essa tal antena, só que hoje, percebo (e tristemente) que esse peso sobrevem de uma aversão que estou pegando por lugares movimentados... quanto maior o movimento, maior minha aversão. E por quê? Ora, ora, o que sei é que a cada dia que passa percebo uma grande parte das pessoas cada vez mais deseducadas, intransigentes, egoístas, de cara amarrada e chego à triste conclusão que isso é reflexo desse sitemão no qual estou(amos) inserido(s). Educação, espírito de coletividade, cidadania e outros termos estão cada vez mais jogados na sarjeta da vida! Percebo, também, que grande parte das pessoas fazem ou trabalham em coisas que, no fundo, detestam, e isso acaba comprometendo o inconsciente coletivo! Sinto a sensação de como se estivesse em meio a uma manada e, de repente, alguém desse um tiro para o ar e... POW!!! Uma desandada geral, cada um para um lado, sem direção, sem rumo, sem perspectivas...


Ééé... perspectivas, isso é o que está faltando para a grande massa e cada um sente isso ao seu modo. Bom para as pessoas insensíveis ou, então, não afeitas a pensar nas coisas e fenômenos que acontecem ao seu redor, pois acabam sofrendo menos ou, quem sabe, nada - uma massificação completa!


Por isso que estou sem assunto! Isso e outras coisas que não valem a pena mencionar. Gostaria, realmente, de continuar tendo a sensação otimista que inundava meu coração na fase de meus vinte e poucos anos de idade, sabe, uma (falsa) sensação de que tudo que estava acontecendo justificava o fato de sermos o país do futuro... sim, do futuro! Só que hoje estou com quase cincoenta e quatro e, triste e desiludido, percebo a "salada" em que o país mergulhou.


Tem um pessoal por aí, conservador e ainda de direita, que fica culpando esse ou aquele candidato, nosso atual presidente, o PT (que muito me decepcionou!) e mais uma porcariada de outras pessoas que estão emporcalhando nosso cenário político-social - Sarney e seus comparsas que o diga! Mas tenho uma certeza de que o buraco é mais em baixo... Lula tem seu rabo preso com um segmento nada interessante? Que coisa, mas me digam quem não teve ou não tem, quem!?


As pessoas esquecem de nosso processo histórico - mais de quinhentos anos de história mal conformada, aff! E me perguntem se eu gostaria de ser o presidente deste país ou, quem sabe, o prefeito desta cidade que é a terceira maior cidade do mundo e que muito amo - minha São Paulo - perguntem! Minha resposta seria um sonoro "NÃO", como sempre digo, pois de que adiantaria a melhor de minhas vontades em mudar todo um sistema que já está sériamente comprometido, tal qual um verdadeiro "viveiro de cobras criadas" - eu, hein!?


Domingão... dia de Faustão (obrigado, estou de regime!) e outras cositas que divertem essa grande massa. Acho que vou parar por aqui com uma frase que escutei um dia desses mas que não pára de martelar minha cabeça... é de Lima Barreto, um dos grandes escritores brasileiros:


"O BRASIL NÃO TEM POVO, TEM PÚBLICO."
E espero voltar a escrever mais e mais, até breve.


Fui!!!


Osmar

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Antes tarde do que nunca!


Não sei se estou ficando com problemas auditivos ou se, realmente, a voz do pessoal emudeceu, ficou como que 'entalada' na garganta, sufocada...


Há anos atrás, eu era obrigado a engolir (quietinho, democráticamente) frases tipo "ele rouba, mas faz!", ou então "ele é muito inteligente, é de gente assim que o Brasil precisa..." e outras baboseiras mais!


Hoje, ando por aí, reencontro com essas pessoas que alardeavam seu nome 'patrióticamente' (!?) e não consigo mais escutá-las, estranho!!! Será que realmente estou tendo problemas com meus ouvidos!?


Hoje, estou mais velho, mais 'pés no chão', e infelizmente concluí que não vale a pena discutir política, ainda mais num país como o nosso, com sua história e seu histórico, mas, afinal, só quero deixar patente e registrada uma pergunta, umazinha só, por favor! Mas prometam que me responderão, tudo bem!?


Cadê os malufistas, hein!? Cadê!?!?!? Não consigo mais escutá-los, que coisa! Estou por aqui, neste meu espaço libertário e democrático, aguardando respostas... Um abraço patriótico a todos.


Fui!!




Osmar

terça-feira, 14 de julho de 2009

Papo de boteco


Final de tarde... estou tomando um cafézinho num boteco próximo de casa, num desses bem decadentes, que servem um prato feito que transcende elogios; papos mil, está cheio, prá variar. De repente, uma conversa entre dois clientes e o dono do bar chama a minha atenção,...

- E a gente está dando uma geral nesta região prá verificar porque o consumo de cervejas não aumenta.

- Ahhh, mas é fácil, aqui o negócio só rola de segunda a sexta no horário comercial, haja visto o número de empresas que tem por aqui...

Fiquei pensando com os botões de minha camiseta Hering - quanta hipocrisia! E ainda a gente vê ou escuta nas propagandas de cerveja "beba com moderação", ou, então, "se beber, não dirija; se dirigir, não beba". Até parece que os produtores estão preocupados com quantos desgraçados estão aí, consumindo bebidas alcoólicas a rodo!!! O paradoxo interessante é que o álcool é a droga que mais mata no mundo inteiro e... legalizada!!! Se pegam um coitado por aí com um modesto baseado no bolso, é capaz de ele passar por constrangimentos que qualquer cristão não gostaria de passar...

Mundo muito estranho este em que vivo; quem sabe um dia eu consiga assimilar, compreender e viver numa por aqui, sem sentir a insustentável leveza de tanta hipocrisia que se vai acumulando dia após dia... quem sabe um dia! Fui...


Osmar

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Bom X Bonzinho (quem vence???)


Desde que me conheço, não carrego o sentimento do 'ódio' - na minha opinião, o pior sentimento que existe. Pela lógica, também não alimento a vingança em meu coração... E sei que tenho uma gama enorme de defeitos que se contrapõe a inúmeras qualidades, ainda bem - isto é o planeta Terra!

De dezessete anos para cá, alimentei uma esperança de resgate com uma pessoa vizinha, depois de um problema ocorrido nos idos de 1992... quanto tempo! Infelizmente, foi uma esperança vã, pois percebia, frustrado, as vezes em que meu olhar tentava encontrar o dela para um simples cumprimento, numa tentativa de colocar um ponto final naquele acontecimento, uma reconciliação - e não quero com isso dizer que me sentía em débito para com minha consciência, não! O que ocorreu - sem adentrar detalhes - não me deixou pesaroso , com meu Ser, com minha índole, em hipótese alguma; apenas detesto continuar uma situação densa, que não leva a nada, tento dar um jeito para que as coisas voltem à normalidade na medida do possível...

E olhe que foram inúmeras vezes que meus sentidos receberam a indiferença por parte dessa pessoa, inúmeras, até que definitivamente a coloquei no freezer de minhas relações pessoais. O mais interessante, é que práticamente todas as pessoas de sua família continuaram a me cumprimentar, e isso sempre me deixou contente, pois acabava pensando que "isso nada mais é do que um reflexo positivo de ambos os lados..."

Mas uma coisa sempre me intrigou: seu marido - que quando sozinho sempre me dirigiu um olhar ou alguma frase do tipo "olá, Osmar, tudo bem!? - nunca teve a ousadia de cumprimentar-me quando perto da esposa. No começo, eu achava hilário, mas acabava relevando, dizendo comigo mesmo "certamente, ela não permite que ele me dê um 'oi', mas tudo bem, deixa prá lá..."

Deixa prá lá o cacete!!! Hoje, e tão somente hoje, caiu-me a ficha dessa situação estúpida da qual sou conivente há anos! Percebí-me um autêntico imbecil olhando para o rosto dele e percebendo que ele fazia uma força que não era sua para evitar olhar-me nos olhos e... Ahhhhh, quer saber de uma coisa!? Fui eu quem desviou os olhos para outro lugar, prometendo-me, ao mesmo tempo, numa fração de segundos, que não queria mais continuar com esse teatro ridículo... Agora sou eu quem não quero mais, chega! Acho que fui aquiescente em demasia, e essa aquiescência transbordou para o território do "ser bonzinho", ou seja, do ser trouxa! E faço questão em frizar que ser bom (sei que sou, modéstia à parte!) é uma coisa, uma qualidade inerente a muitas pessoas, mas, ser bonzinho, aí, sim, é extrapolar o território da bondade e se esborrachar na poça da covardia... e na minha idade, sinceramente, não tenho mais tempo para ser esse tal bonzinho, não! Procuro autenticidade e transparência no dia-a-dia, só isso, e não estou mais preocupado com o que fulano ou beltrana estão pensando sobre meu comportamento... Os medíocres que se danem - prá não falar de outro jeito - e os semelhantes que se unam!

Mesmo obedecendo determinados principios que carrego desde que me conheço por gente, é muito bom sentir a sensação da leveza de espírito, em conformidade com o próximo... Cidadania? Têmpera de caráter? Não sei exatamente o quê, mas tenho certeza que nada tem a ver com "ser bonzinho"...aff!!!

Muito bom deitar a cabeça no travesseiro e sentir-me de bem comigo, com minha consciência, muito bom mesmo! Fui...


Osmar

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Insônia


Não é necessária uma balada repleta de baixarias ou algo similar para sentir a noite, mergulhar em sua imensidão e sentir-se embalado pelo éter da escuridão...
Posso amar a noite até mesmo na pequenez de meu quarto, em meio a uma madrugada insone, com os sentidos antenados ao todo escuro que me cerca, me toca, me possue e até me faz gozar um gozo diferente, sem "ais" e espasmos...
Apenas minha alma goza, num silêncio que combina perfeitamente com o silêncio da noite. Há, também, a despretensão com responsabilidade; o saber-me dono de mim, de meus atos, de meus passos, dono de meu nariz e de meu tempo! Sim, dono de um tempo que se fez ausente durante quase toda minha vida, solicitado para tudo e para todos, menos para mim...
Quantas e quantas noites com o sono fugidio, impotente, olhando para o despertador que, cedo ou tarde, soaria o alarme de mais um dia; o depois chegaria com o peso do cansaço e a inclemência do desespero e da ansiedade!
Mesmo já longe de tudo isso, hoje ainda estremeço me cobrando de coisas que já estão enterradas no cemitério da memória...
E nesta noite - nesta primeira e lúcida noite - me dou conta de como o mundo é grande e, ao mesmo tempo, pequeno aos meus pés. Hoje, eu sou meu amo e meu servo; meu senhor e meu escravo; não domino, porém, não sou dominado; apenas me permito, e permitir-se é ousar, e ousar é transgredir... Hoje me dou conta que anoiteço e amanheço em mim mesmo e para mim mesmo; sou meu criador e minha criatura!
Hoje, tão somente hoje, porque o amanhã - ahh, existirá o amanhã!? - está trancafiado no cofre de meus desejos, e a chave para abrí-lo está guardada em meu coração, dono do meu agora...
Osmar

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Não é piada, não!!!





Andando numa rua do bairro de Moema, vislumbro uma mulher saindo de seu KA e, justo na hora que vai atravessar meu caminho prá adentrar o portão de um edifício, dá um baita tropeção e só não vai ao chão graças a minha percepção e meus braços...

- Ai, quase caio... obrigada!!!

- Imagina, isso acontece com qualquer pessoa e...

Percebo um adesivo no vidro traseiro de seu carro com os dizeres "sou guiada por Jesus". Ahhh, isso não poderia ficar em branco mesmo... Olho para seus olhos, esboço um sorriso cordial e complemento, pura simpatia...

- Esse teu guia tá devagar, né!?

Ela ficou sem saber o que responder, apenas sorriu, um sorriso amarelo, sem jeito...
Quer mais???



Osmar






segunda-feira, 22 de junho de 2009

Comemoração de 32 anos de casados!



Aniversário de casamento!

Troca de presentes, cartões de amor...

e lá fomos nós para nosso jantar romântico, num restaurante aconchegante que há muitos anos não frequentávamos.

Tudo parecia mágico!

Depois de tanto tempo, tudo continuava igual. Mesas esmeradas, luz acolhedora, a decoração era a mesma...mas havia uma diferença, percebida logo de cara, à entrada - a TV ligada , e no futebol da globo! Dirigimo-nos rápidamente para o salão ao fundo e, para nossa surpresa, outra TV no mesmo canal - eram três!

Inconformada, pensei até em irmos embora, mas, logo, diplomáticamente, meu companheiro pediu ao garçon que abaixasse o volume, porque estava realmente alto.

Não de imediato, mas uns 15 minutos mais tarde, o som foi diminuido, permitindo que pudéssemos conversar num tom de voz mais adequado.

Comida ótima, momento especial, o jantar não foi maculado, mas fica a pergunta:

como escolher um restaurante sem o inconveniente de uma TV ligada?

Será melhor ligar antes e perguntar:

Boa noite! Vocês tem aí uma TV instalada?E ela está ligada?


Carmo Tavares

Eu mereço!


Hoje estou contente! O simples fato de estar aqui escrevendo neste momento me deixa contente...
Por experiência, cheguei à conclusão que a NET é uma faca de dois gumes - com ela podemos acessar tanto o ceu como o inferno, o bem e o mal, mas isso depende de cada um...
Por um bom tempo, por exemplo, achei que sair do ORKUT seria uma atitude adequada e correta, mas errei! Partindo do princípio que "quem não deve, não teme", retornei à vida virtual, porém com sentidos e intuição mais do que aguçados! E estou me sentindo muito bem assim, como se estivesse redescobrindo o mundo...
E redescobrindo gente! Hoje mesmo, acabei de adicionar uma pessoa querida ao meu orkut - que saudade! E por quê não continuar assim, firme e forte, sem nada a temer!? Acaba parecendo uma terapia... e quero continuar fazendo terapia, pois mereço!
Então, um VIVA a mim, porque EU mereço!!!


Osmar

domingo, 21 de junho de 2009

Solstício de Inverno...


Esta foi a noite mais longa do ano; o começo do fim de mais um ciclo; o inverno, apesar da sua intensidade, começa a perder seu vigor aqui no hemisfério sul...

Creio que a partir de agora, a semente da vida contida e latente em meu Eu, permitir-se-á germinar para mais um novo ciclo...

Ouso afirmar, também, que nesta noite, a Sombra teve seu apogeu frente a Luz, havendo um certo desiquilíbrio de forças...

Minha alma me faz deduzir que tenho de agradecer minha Sombra e cuidar muito bem Dela, haja visto que é a partir do vai-e-vem de Sua da intensidade de sua energia que me permito alimentar e aumentar minha Luz...

Quanto mais eu olhar minha Sombra, maior será minha Luz interior - e agradeço ao Deus Pai e a Deusa Mãe por ser sabedor disso!


Osmar

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O Espírito da Coisa -






Osmar escreveu lindamente sobre o espetáculo "Hilda Hilst - O Espírito da Coisa"; conseguiu traduzir tão bem, em palavras, suas impressões... o que eu não saberia fazer; mas não posso deixar de falar do meu jeito, da emoção que sentí ao aplaudir a peça; texto arquitetado e esculpido por Gaspar Guimarães, como bloco de mármore nas mãos de um artista e a interpretação de Rosely Papadopol, que parece incorporar a própria Hilda , com sua paixão tresloucada, traduzir em gesto e suor a alma da poeta.

Ao sair do teatro, leva-se junto a curiosidade de conhecer mais profundamente a obra desta brilhante escritora e incrível mulher.

Acho que é a mais linda homenagem que se poderia fazer a Hilda. Espero que no outro plano, talvez passeando por uma nave aquí por perto, ela possa estar vendo e apreciando saber que, finalmente, suas crônicas , poesias e livros serão reconhecidos...

Parabéns a ... tudo!

Quem puder, vá conferir!

Está no Teatro do Centro da Terra , até 28 de junho.



Carmo Tavares









segunda-feira, 15 de junho de 2009

Funeral personalizado...


Confesso que fiquei decepcionado com algo que ví neste fim de semana...

Numa de minhas andanças através desta capital que amo, descobrí um lugar especializado em funerais de alto nível, com serviços "vip" que deixariam muitos vivos com boa dose de inveja. Duvidam? Que tal manobrista, recepcionistas, assistência social, buffet, maquiagem, tanatopraxia, som ambiente, café 24 horas, salas de descanso com internet e outras cositas mais, hein!? Tudo num ambiente de conforto e segurança - coisa muito comum hoje nos Estados Unidos...

Mais uma constatação que me leva a crer que o brasileiro adora copiar o estrangeiro e, pior ainda, copiar futilidades. Será que em pleno século XXI as pessoas ainda estão preocupadas com tudo isso? Como se a matéria fosse eterna... Daqui a pouco, de repente, vão criar serviços de mumificação, não é mesmo? O duro vai ser arrumar espaço no planeta prá tantas pirâmides tumulares!

Fui!!!


Osmar

"O Espírito da Coisa" (apresentando Hilda Hilst)











Ontem, assisti a esse maravilhoso monólogo, cuja magnífica interpretação de Rosaly Papadopol nos permite viajar muito rápidamente no tempo de duração; quando menos percebemos, já estamos de pé, aplaudindo e ovacionando essa maravilhosa peça, cujo dramaturgo é meu querido amigo Gaspar Guimarães (cujo potencial dramaturgo me era desconhecido devido ao grau de sua modéstia).


Em aproximadamente setenta minutos, me ví frente a frente com a vida dessa incrível mulher libertária que foi Hilda Hilst (1930-2004), dona de um potencial literário que aborda e escancara as lutas de sua alma feminina numa época em que falso pudor e hipocrisia ainda representavam um casamento mais-que-perfeito numa sociedade falso-moralista e podre - sem pretender afirmar que hoje seja muito diferente, apesar das mudanças comportamentais!


Lá chegando, o espaço (Teatro Centro da Terra) nos permite adentrar um universo sonoro e visual cuja ambientação representa um delicado e refinado "antepasto" ao estupendo prato que nos será oferecido no palco...


Saí de lá com aquela vontade de "quero mais" , tanto que pretendo assistir novamente no próximo fim de semana, vale a pena, de coração! Abaixo, deixo um trecho do monólogo:


"A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos. E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima, olho d'água, bebida. A vida é líquida."


Deixo aqui um abraço fraternal ao meu amigo Gaspar - que a energia divina lhe permita vencer novos desafios!

Sinceramente, Osmar

domingo, 31 de maio de 2009

Dia internacional contra os males do tabagismo... só isso!?






















Acabei de ler que morrem no mundo aproximadamente dez mil pessoas vitimas do tabagismo! E hoje é um dia especial, que tem a finalidade de "fazer" cabeças a deixarem de fumar...Ótimo, um alerta assim é muito positivo mesmo, veiculado a nível internacional contra o tabaco e seus males. Décadas atrás, não havia isso e, pior ainda, fumar dava "status", meio que um sinônimo "cult", coisa e tal, não é mesmo? Hoje em dia, com toda a campanha que os meios de comunicação proporcionam, só imbecilóides iniciam sua jornada na estrada do tabaco e seus derivados.




E já que estou falando em coerência, aproveito para perguntar uma coisa: quantas pessoas morrem diáriamente, vítimas da ignorância? E quando digo "ignorância", me refiro a todas aquelas que viveram condicionadas num sistema corrupto e covarde, alicerçado e amparado por mãos e mentes diabólicas e mesquinhas; um sistema que conseguiu (e consegue!) contaminar milhões de mentes, fazendo com que suas reações frente a fatos inaceitáveis do cotidiano acabem por ficar aquém do que se poderia esperar em termos de comportamento humano... A alienação está aí, escancarada aos nossos olhos, e a maior parte das pessoas não dá conta desse fenômeno, pois já foram infectadas por esse vírus social! E acabam depositando seus sonhos e frustrações (mais frustrações, infelizmente!) nas mãos de Deus, do Destino ou, sei lá, de "fatos estranhos e inexplicáveis", já que nunca conseguiriam compreende-los de forma racional e coerente; aí, então, o julgamento de tudo e de todos fica condicionado ao famoso "Dia do Juízo Final", não é verdade??? E Deus abrirá o tal Livro da Vida e, ressuscitando os mortos, irá nos colocar, um a um, em fila indiana, para ouvirmos o que de bom e ruim fizemos e recebermos nossa sentença final. Satanás é que virão à tona, já está pensando sériamente em aumentar os condomínios do Inferno... Dizem até que o Inferno fará jus a sua capacidade de regenerar as almas perdidas! Aí, sim, quando saírem de lá, estarão definitivamente credenciados a reencarnarem em terras mais evoluídas, como verdadeiros cidadãos espirituais - muito diferente do sistema penitenciário humano, infelizmente!!! E se for prá começar a desfiar o novelo de indecências que os filhos de Deus conseguiram fiar no decorrer de sua história pós-Paraíso, haja espaço neste blog e, também, paciência!




Mas fica a pergunta que fiz no começo: quantas pessoas ignorantes, vitimadas por este sistema podre e cruel, morrem diáriamente no planeta??? Hein!?




Vamos combater, sim, os males e vícios que corrompem a qualidade de vida, sem deixarmos de combater a proliferação da ignorância subliminar e forjada que solapa mentes e almas no mundo... fui!

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Gente.com



Confesso que fiquei encantada com as possibilidades da internet!


Registrar meus pensamentos tem sido divertido, pois adoro escrever; isso, sem contar com a facilidade em encontrar velhos e queridos amigos, estreitar laços com quem perdí o contato e fazer novas amizades, por vezes enriquecedoras.



Por outro lado, as relações humanas, neste mundo virtual, mesclam realidade com fantasia. Vejo isso, principalmente, quando leio um perfil; cada qual se descreve à sua maneira...e lá vai uma percepção equivocada entre o que se é, o que se pensa que é e o que se quer mostrar ao mundo. Quem lê, também interpreta à sua maneira aquela personagem.



Isso, sem contar os perfís fakes, esquisóides...



Que grande distância há entre "gente" e "gente.com" !



Assim como as musas do cinema e das revistas, à imagem da perfeição, e os galãs fascinantes das telas de TV, "gente .com" não tem cheiro, nem hálito, e o mais agravante, não tem olhos nem corpo. Então, fica impossível saber, por meio de frases, escritas muitas vezes às pressas, no MSN, sem a devida reflexão, o que alguém quer nos dizer de fato.



Imaginem como podemos distinguir uma boa gargalhada, daquelas de chorar de rir, de um rizinho sarcástico e dissimulado? ...RSSSSS!? Ká!Ká!Ká!? Há! Há! Há!?



É! Não dá prá saber se a piada foi boa.



Mesmo amando escrever, sei que as palavras são caixas, limitadas... e que,no convívio humano, são associadas à expressão do corpo;um senho franzido, o morder do lábio, uma cruzada de pernas, um olhar apaixonado, "gente.com", não tem.



Somos como os bichos, a pele, o cheiro, o gosto do outro, que auxiliam os instintos a conhecer, um bocadinho mais os mistérios da alma humana. Que sempre serão mistérios, só que de perto, bem de pertinho mesmo, a percepção e outra!






Carmo Tavares









sexta-feira, 22 de maio de 2009

Casas Bahia e a salada social...


Muito embora eu quase não assista televisão, tive a oportunidade de ver uma propaganda das Casas Bahia - quem não conhece? Quem nunca comprou lá, hein!? Há uma mulher muito bem vestida (bastante perua), em sua casa muito bem decorada (ao menos me pareceu isso) e, de repente, depois de escutar o anúncio, ela comenta consigo mesma "Casas Bahia agora pela internet...!", ao que ela aciona seu notebook para conectar o site dessa empresa e matar a curiosidade.
Essa rede de lojas sempre atingiu, principalmente, o público de baixa renda, promovendo ofertas e formas de pagamento realmente incríveis, e pelo que eu saiba, as classses mais privilegiadas sempre foram meio avessas a visitar públicamente essas lojas, talvez por preconceito ou sei lá o quê...

E essa mulher, sem querer e querendo, com seu comentário, deixou bem nítida a impressão de que com a tal da 'crise', as classes emergentes poderão começar a beber com o povão na mesma fonte, porém com o mundo virtual a seu favor, sem precisar ter contato com a massa.
Legal, muito legal mesmo, assim vamos nivelando as fachadas, né!?
Osmar


quinta-feira, 21 de maio de 2009

Mocha e a minha popularidade!





















É incrivel como estou me sentindo "secado" pelos olhos curiosos das pessoas que por mim passam! Dias atrás, passei por uma consulta de Quiropraxia para tratar de minhas dores nos membros superiores, uma moléstia crônica que tenho, chamada L.E.R/D.O.R.T - lesão por esforços repetitivos -, enfim, e o profissional aplicou um produto japonês em meus braços chamado "mocha", que na verdade são pequenas bolinhas feitas à base de artemísia e que, quando aplicadas, são acesas em cima da região que se quer tratar com calor profundo - sim, são aplicadas e queimadas na própria pele, e isso dói prá cacete! O bom (ou ruim) é que tenho alta resistência à dor, sem querer afirmar que eu seja um "macho" diferenciado... Foram dezoito pontos queimados no antebraço esquerdo e dezessete no direito e, acreditem, isso acabou parecendo uma tatuagem estranha, feita no sentido lateral de cada um dos membros, acompanhando um meridiano traçado pelo quiroprata e, juro, ficou muito interessante mesmo!
Desde então, tenho sido abordado por pessoas curiosas, seja num ônibus, numa fila bancária, por outras tantas já conhecidas, e com isso acabei criando uma resposta minha bastante irônica, com a qual justifico as marcas, dizendo que fui admitido numa certa ordem iniciática e hermética, sem poder adentrar maiores detalhes...rs...
Isso cria um estado de atenção maior, onde elas acabam buscando respostas questão de outros jeitos alternativos, a fim de tentarem obter uma informação mais concreta de minha parte, mas, na verdade, eu acabo caindo numa gargalhada que, via de regra, cagueta minha brincadeira. Hoje mesmo, uma garota que se sentou ao meu lado no ônibus olhou prá mim, deu um sorrisinho meio amarelo e disse "poxa, o senhor sofreu muito, não foi!?", ao que acabei dando risada e repetindo a explicação técnica sobre o mocha. Ela nem sabia o que me aconteceu e pressupos um sofrimento meu...
Acreditem, também, que tenho percebido alguns movimentos muito interessantes para com esse meu novo "look" como, por exemplo, olhares de repulsa de algumas pessoas e que, olhando-as e percebendo-as mais e melhor, chego à triste conclusao que devem pertencer a alguma dessas seitas que proliferam por aí, que lhes ensina que adoradores de satanás ou outros demônios devem ter características muito parecidas comigo, ainda mais vestindo uma roupa preta e tendo tatuagens "simbólicas" no antebraço... , vade retro, grandalhão, vade retro!!!
Esses papos ocasionais têm sido divertidos e interessantes, mas minha grande crítica vai para a maior parte das pessoas que acabam arqueando e/ou franzindo suas sobrancelhas ao me ver, denotando surpresa e, ao mesmo tempo, um certo preconceito - e preconceito na verdadeira acepção da palavra, porque a pressuposição ignorante acaba tolhendo a verdadeira razão, preenchendo a mente com pensamentos no mínimo ridículos e medievalóides, e o mundão por aí afora está transbordando de gente assim, infelizmente!
E você, quer saber o que significa "mocha"? Então vamos lá...

sábado, 9 de maio de 2009

Os funkeiros e a linguagem do poder







Pode parecer loucura de minha parte ou, quem sabe, preconceito, mas, gente, eu vivo a me perguntar o que pensam os chamados 'funkeiros', o que pretendem da vida, como se veem inseridos dentro de uma sociedade complexa e teóricamente padronizada dentro de preceitos voltados à chamada cidadania... Vira e mexe sou alvejado por um veículo em ação, janelas completamente abertas, o som a todo volume, óculos escuros, as feições de quem está gozando na boca de todos nós e... PIMBA!, presto mais atenção e o que se me revela!? O que!? Lógico, é um ou vários desses funkeiros em ação!


Pouco mais de uma hora atrás, fui à farmacia perto de minha casa e, quase lá chegando, fui alvejado por mais um desses veículos bélicos sonoros... Adentrei o estabelecimento muiito irritado; haviam várias pessoas por lá, mas não pude evitar de perguntar ao atendente se ele curtia esse tipo de som, ao que me respondeu um "não" sonoro, e não me privei de deixar de cumprimentá-lo efusivamente, salientando que seria melhor que as pessoa utilizassem drogas a se deixarem mergulhar nessa caótica massa sonora funkeira que pretendem ainda, num átimo de prepotência, chamar de música! Salientei que isso é semelhante a uma invasão domiciliar sem mandado judicial...


E se o poder fosse conquistado por esse tipo de gente que faz questão absoluta de andar por aí, com os decibéis à toda, querendo impor ao mundo seu estilo de ser!? Esquecem (ou fingem esquecer) que sua liberdade termina onde começa a liberdade do próximo, um princípio de cidadania, só isso! Seríamos atropelados por uma ditadura horrível, sem escrúpulos para com conceitos e maneiras de ser e agir, com conquistas individuais na escalada da evolução...

Confesso que as pessoas ao redor deram um sorriso de assentimento ante minhas observações, com exceção de uma garota que lá estava e que me olhou com um olhar típico de quem vislumbra um "ET"... dane-se! Isso representa, também, que mesmo contrária à minha observação, ela não deixava de representar uma minoria respeitada. Por vezes, determinadas minorias acabam por se tornar uma "maioria" dentro de um contexto subliminar, e isso acaba por tornar-se perigoso, pois o que "é", o que flui, com toda certeza não necessitará abrigar-se sob o manto de uma "tribo" padronizada e de dedo em riste, prontinha para sacar sua arma e comprar uma briga ridícula e incoerente.
Afinal, vamos de maioria ou minoria!? Eis a questão...

domingo, 3 de maio de 2009

Virada Cultural - "gran finalle"




Fui dormir ás 05:30 h. da matina de hoje... A virada me deixou emocionado, não posso deixar de admitir. Uma galera, na sua grande maioria bonita e sabendo o que quer e por quê quer, mas...


três coisas me chamaram a atenção: primeiro, por todos os lugares onde circulei (e foram muitos) nada havia que me chamasse a atenção a não ser o grande público, mas ao mesmo tempo esse grande público parecia meio que "perdido" dentro de um enorme espaço que poderia ter sido melhor aproveitado por grupos de artistas interagindo com os passantes; segundo, que infelizmente esses tais espaços que eu acabei de apontar estavam preenchidos (e lamentávelmente) com vendedores ambulantes de... bebida alcoólica e, juro, tive o desprazer de ver vários grupos de adolescentes passeando animados e aquecidos, tagarelando e cantando com uma garrafa de destilado que passava de mão em mão e de boca em boca - que deprimente! E não se trata de querer dar uma de "bonzinho" e "certinho", não, pois sempre adorei - e adoro - tomar umas quentinhas, mas, gente, isso fugiu completamente da proposta. Deveriam ter colocado um policiamento ostensivo que realmente coibisse esses a ação desses ambulantes que se alimentam de acontecimentos como esse,verdadeiros vampiros sociais, um reflexo de nossa realidade! E, terceiro, a prefeitura poderia ter se preocupado em colocar banheiros químicos em pontos chave para possibilitar a galera aliviar-se em momentos críticos! Em vários lugares por onde passei havia um forte cheiro de urina no ar... paciência, mijar também é cultura; a virada continua até de noite, é isso aí, o negócio é curtir!!!


No mais, valeu mesmo, a galera se divertiu muito, como eu também, e cada qual terá sua(s) história(s) para contar...


Ano que vem tem mais e eu quero mais!!!


Fui!!!!!!!


sábado, 2 de maio de 2009

Virada Cultural, lazer e possibilidades...


Hoje teremos a virada cultural, gente, e confesso que nunca participei desse evento, portanto nada tenho a declarar.

Depois de um bom tempo enclausurado dentro do esquife de mim mesmo, na ânsia de novos coisas, novas possibilidades e, até, ampliar minhas amizades, fiquei muito curioso com o que poderá rolar hoje à noite...

Foi muito gostoso escutar algumas vozes me convidando e incentivando para uma noitada assim e, surpreso comigo mesmo, resolví aceitar, abrir o coração e cair nesse movimento sonoro e visual.

Coincidentemente, essa virada acontecerá práticamente junto com a comemoração de Beltane que, para quem não sabe, era um sabá representativo da união do Deus Cernnunos com a face jovem da Deusa, ao redor de fogueiras onde, depois de muita diversão, dança e bebida, as pessoas procuravam um aconchego no resto da Noite para unirem seus corpos e celebrar a fertilidade - do corpo e da terra. Algo bastante puro que, com a chegada do cristianismo e sua consequente perseguição aos cultos pagãos (que levaram à morte milhares de "bruxas") por parte da inquisição católica, acabou se diluindo através dos tempos e adquirindo uma roupagem mais "à la catòlique", mesclando elementos do deus uno e cruel a festejos mais comportados e coerentes aos novos costumes ungidos pela ausência do pecado carnal e deleite do coração - todo mundo tem de valorizar o sofrimento e a falta de tesão!

Espero que a noite de hoje seja uma surpresa maravilhosa não só para mim, mas para todas as pessoas que lá estiverm de coração aberto em busca de uma causa perdida pelo tempo, e que as energias cósmicas do deus e da deusa representem uma chuva de bençãos sobre a multidão...

Até logo mais, fui!!!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Há exatamente um ano atrás...




... adentrei meu inferno pessoal de um jeito inimaginável! Toda e qualquer história possue mais de uma versão - e eu a minha! -, mas, para mim, o que importa neste exato momento é apenas registrar meu fato histórico, somente isso e, mesmo assim, sem me ater a detalhes...


Algumas pessoas devem ter pensado que minha descida às minhas falanges inferiores não teria fim, algo sem retorno, acredito, mas acima de tudo e de todos mostrei a mim mesmo meu poder pessoal.


Não é à toa que já fui ateu; não é à toa que me tornei espiritualista; não é à toa que me foi mostrado o caminho que minhas mãos podem me fazer criar através de energias; não é à toa que além da Luz também conhecí a Escuridão, e sei bem o que ambas representaram e representam em minha senda espiritual; não é à toa que minha alma foi laureada com meu passado celta; não é à toa que sou filho de Ogum e de Iansã - Ogunhê, meu Pai, Êpa Hei minha Mãe! -; e não é à toa que o sofrimento da alma e do coração acaba por tornar-se um antídoto, por isso hoje tenho orgulho em saber-me firme e forte para com minha fé e minha responsabilidade, e isso basta a mim e somente a mim!


Mesmo assim, quero deixar registrada esta data como se fosse um renascimento... um renascimento tríplice, tal qual um trískele, onde cada uma das três partes representariam minha mente, meu coração e minha alma, só isso!


Só isso!? Não, de forma alguma, eu diria um pouco mais... TUDO ISSO!!!!!!!


Graças ao Deus Pai, à Deusa Mãe e a mim...


"A LEI CÓSMICA DO RETORNO É UMA GRANDE VERDADE" - Namastê.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dia do planeta Terra...


Para quem ainda não sabe, hoje é o Dia da Terra - nosso planeta, nossa Mãe que gentilmente nos acolhe em seus braços e nos envolve com sua aura...


Acabei de ler uma frase tipo "homenageie o planeta Terra, tratando-o com amor..."


Gente, quanta hipocrisia! E, pior ainda, até quando isso vai durar!? Séculos e séculos de maus tratos, explorações em cima de explorações indevidas e crueis, feitas para manter a "roda do progresso da civilização", e chegar num momento como o que estamos atravessando, com toda a biosfera agindo e reagindo em defesa do que ainda dá para tentar salvar e nós, humanos, representantes de uma espécie que é um misto de estafermos e robôs, teatralizando o que não dá mais para teatralizar... aí vem aquela frasesinha ridícula de sempre "poxa, se continuar assim, dentro de pouco tempo estamos fudidos!!!"


E apesar de tudo, as coisas continuam como sempre; o sistema econômico que move o planeta continua se alimentando de dessa estrutura arregimentada na exploração em prol do consumo em massa e dos lucros imorais; o que os índices pretendem demonstrar são esses lucros que as grandes indústrias, mega-empresas, o comércio pretendem, só isso! E a pergunta continua incisiva e lancinante: até quando!?


Quando será que chegará a hora exata de apertarem o "botão vermelho" - que será responsável por mudanças drásticas e pesadas - e decidirem reestruturar toda a economia que move o planeta? Quando será que distintas cúpulas internacionais - aquelas famosas e chiques que normalmente decidem o que interessa somente a poucos - promoverão uma revisão seríssima e coerente quanto ao fator trabalho/lucro? Quando as chamadas sociedades organizadas (que de organizadas nada têm!) farão uma honesta e necessária revisão do que realmente é importante para este nosso momento onde, certamente, uma infinidade de elementos acreditados como importantes passarão a ocupar o ról dos comuns. Esses novos valores surgidos irão justificar o desmoronamento de salários altíssimos (prá não dizer milionários), e essa nova elite "empobrecida" irá desfilar nas passarelas do inconformismo - imaginem só, um jogador de futebol, um político ou um(a) manequim terem de reformular suas aptidões e passarem para o time dos remediados... E os banqueiros que, pobrezinhos,deixarão de publicar os balanços anuais com os lucros mais-que-absurdos nas folhas de importantes jornais que, ao seu modo, não se cansam de publicar notícias hipócritas sobre a agonia de nossa amada Mãe-Terra! Em meio a isso tudo, como ficarão os pobres frente aos ricos remediados e vice-e-versa? Com tantas mudanças, a mistura dessas duas classes representativas será inevitável e, acreditem, as gerações futuras não conhecerão sérios deslizes traumatizantes das diferenças de classes sociais, já pensaram nisso? Estudantes adolescentes travarão conhecimento do significado de "riqueza" e "pobreza" somente através de estudos e pesquisas, que coisa! E exclamarão "meu Deus, as pessoas já foram assim!!!", boquiabertos. Novas formas de produção serão desenvolvidas, formas essas que permitirão um trabalho realizado com amor e dedicação que transcenderá interesses excusos que culminam sempre numa obrigação diária à custa de um salário alto e competitivo ou, então, mal pago! Quanto será que vale um ser humano? Quanto vale nossa alienação e permissividade frente a tudo isso?


Sempre que escuto alguém afirmar que somos semelhança à imagem de Deus, fico pasmo, pois, para mim, Ele acabou perdendo total controle de Sua criação e, a partir daí, deixou que as coisas fossem acontecendo numa sucessão tal onde o Bem justifica o Mal e vice-e-versa - é muita prepotência dos humanos querer colocar-se no primeiro lugar do pódium da evolução, como se fôssemos o suprassumo da obra divina!


E enquanto essa utopia (utopia!?!?!?) não acontece - ainda vai demorar alguns anos -, vou ficando por aqui com o coração aliviado pela esperança desse meu sonho.


Pensando bem, ouso dizer sonho com relação ao presente que ainda é abstrato e não tem conteúdo; mas num futuro não distante isso será uma realidade se o processo de mudanças for conduzido por "cabeças pensantes" que coloquem o interesse pessoal, o egoismo, o orgulho e a inveja de lado para, em nome do todo, abrirem os canais corretos para que isso venha a se tornar uma realidade!


"ORA PRO NOBIS"...